Editorial UNIBUS RN: Onde estão os ônibus novos?

Apesar de estarmos na segunda metade do quarto mês de 2013, um fato chama a atenção e, com certeza, você, caro leitor, já deve ter prestado atenção nas ruas e sites especializados: Em 2013, o transporte público de Natal ainda não recebeu nenhum ônibus novo. Isso mesmo, renovação zero.
Certamente, nesta época do ano, empresas como Guanabara ou Conceição estariam renovando suas frotas, com a aquisição de novos ônibus. Infelizmente, porém, a tradição foi quebrada e, nesses quatro primeiros meses de 2013, nenhum veículo novo, para o sistema urbano, apareceu em solo potiguar.
Há de se ressaltar duas exceções: a Trampolim da Vitória, que continua a expansão da sua frota, com a chegada de veículos seminovos vindos de Pernambuco; e a Reunidas, que adquiriu ônibus de segunda mão, oriundos de empresas do Rio de Janeiro. Mas, como o nome já diz, são seminovos – e a vinda deles é para aumento de frota, simplesmente.
Mas, afinal, por que os ônibus novos não apareceram ainda em 2013?
São vários fatores para se responder a esse questionamento – A começar pela crise financeira que ronda o sistema de transporte público de Natal. Mesmo sendo adquiridas por grupos empresariais de outros Estados, as empresas potiguares estão em um cenário econômico desfavorável, com inúmeros motivos para se desacreditar nas suas operações – que nem vale a pena descrever aqui, pois são muitos e, com certeza, cansará sua leitura –, a ponto de até prejuízos já terem sido registrados em certos meses de 2012 e já em 2013.
Essa questão também passa pela tarifa. Há 27 meses sem reajuste, as planilhas de custos das empresas devem mostrar que os custos aumentaram, enquanto o valor permanece congelado em R$ 2,20. Se, por um lado, o valor é benéfico para o natalense, por outro, a saúde financeira das empresas está, em alguns casos, na UTI.
Outro fator é o Euro V. Com a nova tecnologia de emissão de poluentes entrando em vigor em 2012, o preço de um ônibus novo subiu em cerca de 30% em alguns modelos. Um ônibus mais “popular”, que custe R$ 300 mil, com as normas do Euro V, subiu para R$ 390 mil – um gasto que está sendo evitado ao extremo pelas empresas potiguares. Não é a toa que só três empresas têm ônibus com as novas normas ambientais – duas rodoviárias e uma semiurbana.
Mas, o ponto chave para essa retração do investimento não tem nada a ver com as empresas, até o momento: a licitação. Como está em um processo indefinido, o certame que está próximo de acontecer faz com que as compras sejam retardadas o máximo possível, para que as exigências do edital possam ser cumpridas. Porém, como a burocracia do serviço público prejudica muitas áreas, sabe-se lá quando a licitação será lançada.
Enquanto isso, alguns veículos que já passaram da hora de serem desativados continuam a rodar, gerando insatisfação dos usuários em muitos casos. Porém, o prognóstico é de que algumas dessas “relíquias” ainda persistam no nosso transporte durante mais alguns meses – ou anos.
Ademais, é só aguardar. Nós, do UNIBUS RN, estamos ansiosos para fazer matérias que mostrem a renovação de frota de todas as empresas em 2013. Enquanto isso, vamos acompanhando a situação, pois ônibus novo é sinal de transporte melhor.

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