Entidades estudantis denunciam a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) e o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano do Estado (Seturn) de praticarem uma série de irregularidades nas carteiras de estudante e isso tem prejudicado aproximadamente 80 mil estudantes em todo Rio Grande do Norte. Os problemas variam da inclusão do selo à confecção das carteiras pelas entidades cadastradas junto à Secretaria.
De acordo com informações do presidente da União Norte-rio-grandense dos Estudantes (Urne), Felipe Azevedo, a primeira irregularidade está na documentação apresentada pelas entidades União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que estão conveniadas com o Seturn e “vem atuando como entidades fantasma, pois não existe sede fixa nem Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral de Pessoa Jurídica (CNPJ)”.
“Hoje existe um falso conceito nesta história de carteira grátis onde constatamos a irregularidade junto à UNE e Ubes que não tem prédio fixo aqui em Natal e ao procurarmos o CNPJ das mesmas na Receita Federal foram dados como inexistentes, o que caracteriza uma empresa fantasma”, denuncia o presidente da Urne.
Felipe Azevedo informou que “este esquema funciona desde 2011 e que continua acontecendo agora na nova gestão municipal onde o bloqueio das identidades estudantis é feito por lotes para não chamar a atenção das autoridades, pois o bloqueio é feito pela própria Seturn por meio da empresa Natal Card”. Outro ponto de discórdia é a inclusão dos selos nos cartões de passagem, que não podem ser produzidos pela Semob, pois a Secretaria não é uma entidade estudantil.
“Este esquema acontece desde a administração de Micarla de Sousa, porém na época dela eram bloqueadas de uma vez as 80 mil carteiras e hoje a atual Prefeitura faz por lotes de 40 mil de forma que não chame a atenção. E em relação ao selo da Semob, nós discordamos, pois uma Secretaria lança um selo para validar outro, o que gera uma confusão enorme pelo fato de não se tratar de uma entidade estudantil”, explica o presidente da Urne.
Com o bloqueio das carteiras de estudante, os alunos chegam a ter um prejuízo de R$ 66 reais por pessoa e mais de R$ 500 mil no total e, segundo o presidente da Urne, “as entidades nacionais não têm conhecimento do acontecido no Estado e alguns diretores se favorecem do cargo para obter benéficos e lucrar em cima da instituição que deveria representar os interesses da classe estudantil”. Outro ponto denunciado pelo diretor é que a UNE faz dois tipos de carteira onde a grátis dá acesso apenas ao transporte público enquanto a social custa R$ 15 gerando uma grande reclamação dos estudantes.
A equipe do Portalnoar.com tentou o contato com o secretário adjunto da Semob, Clodoaldo Cabral, por meio de seu celular, porém não obtivemos sucesso. Procuramos também a Seturn e fomos informados por meio de sua assessoria que só Clodoaldo Cabral poderia responder, pois a Semob que é a responsável pelo credenciamento e fiscalização.
Foto: Geraldo Miranda (Portal No Ar)
Fonte: Portal No Ar