Pegar ônibus em Natal – e em alguns pontos da região metropolitana – tem se tornado uma aventura ultimamente. Pelos mais variados motivos, inclusive já expostos aqui, o natalense está tendo muitas dificuldades para se locomover dentro da capital potiguar.
Porém, uma das dificuldades não está no ônibus em si. Não é por conta de uma tarifa cara, nem pelos atrasos recorrentes, muito menos pela má conservação de alguns velhos (e novos, em alguns casos) veículos. A aventura começa pelas paradas de ônibus que se encontram por aí.
Chamou a atenção, nesta semana, uma reportagem veiculada em uma emissora de TV local, que, dentre outros aspectos, estava discutindo o aumento da tarifa de ônibus em Natal e na região metropolitana. E um dos aspectos mais reprovados pelos passageiros ouvidos é a situação precária de muitas paradas de ônibus.
Muitas delas estão sofrendo com a ação do tempo. Mesmo tendo uma estrutura atualizada há pouco tempo, como no caso da Avenida Bernardo Vieira, os passageiros estão sofrendo com a falta de proteção nos locais que os deveriam proteger à espera de seus ônibus. Paradas sem cobertura, com bancos quebrados, falta de acessibilidade e esquecidas ao relento após ação de vândalos.
A situação é mais complicada nos pontos feitos de alvenaria. Alguns deles, comuns nos pontos mais periféricos ou distantes do centro, datam de administrações da década de 1980 e início da década de 1990. Existem situações que elas correm risco eminente de desabar, pela estrutura corroída pelo tempo. Os problemas citados acima nem são precisos citar quando falamos dos problemas desses pontos.
Detalhe: muitas vezes, mesmo com esses problemas todos, estruturas que sirvam como paradas de ônibus são itens de luxo em alguns locais – inclusive de grande movimento. Em alguns locais, apenas placas (quando existem) ou pinturas nos postes servem de indicação dos pontos de ônibus. Aí, a pessoa espera seu ônibus sob sol escaldante ou, como acontece nesta época do ano, debaixo de muita chuva.
Tal situação beira o absurdo. O natalense paga uma tarifa que é considerada uma das maiores do Nordeste e, dentre outros perrengues, sofre até no local que vai pegar o ônibus. Lamentável.
A Prefeitura, através da SEMOPI e da SEMOB, precisa resolver essa situação o mais rápido possível. É inadmissível que a pessoa precise tomar um banho a mais no dia ou se bronzear involuntariamente enquanto espera um ônibus. E essa ação tem de ser feita logo, se não quiserem ver algum acidente ocorrendo com ônibus ou passageiros sendo causados pela péssima estrutura dos pontos de ônibus da capital potiguar.
Mas, pela inércia que se verifica por parte das autoridades, enquanto não fazem nada para melhorar a situação dos locais que aguardamos ansiosamente o ônibus que vamos pegar, o jeito vai ser esperar tomando chuva ou sol, ainda se esquivando de algum possível acidente.
Aumentou a tarifa? Façam por onde usar bem o dinheiro a mais. A começar pela melhoria das paradas de ônibus.