Editorial UNIBUS RN: Rodoviárias do interior pedem socorro

Foi destaque esta semana aqui no nosso UNIBUS RN que o Ministério Público investiga a falta de manutenção da rodoviária de Assu, no Oeste potiguar, além do anúncio do governo do estado citando que a arrastada reforma da rodoviária de Mossoró terá seus trabalhos atrasados em alguns meses.
Tais situações são apenas um detalhe na falta de estrutura com o qual sofrem os terminais rodoviários das cidades interioranas – isto e, nas cidades que tem rodoviária, pois a grande maioria das cidades potiguares não possui um terminal rodoviário em sua cidade. As principais cidades do estado que possuem essa estrutura vital para o transporte, passam por grandes dificuldades seja no estado de conservação dos terminais, do completo abandono pelo poder público, ou até pela falta de conforto relacionado ao tamanho da rodoviária, que com o passar dos tempos passou a não comportar mais o tamanho da demanda.
O maior exemplo dessa situação é a rodoviária de Caicó, localizada na região do Seridó. O terminal foi construído na década de 1970 e tem a mesma estrutura até hoje. Só que, hoje em dia, a mesma não comporta mais a demanda a qual é exigida, e se torna um verdadeiro martírio para quem quer pegar seu transporte no local. Faltam até locais para se sentar e as plataformas são totalmente apertadas gerando transtorno para seus usuários. 
Outra vítima da falta de estrutura é a rodoviária da segunda maior cidade do estado. Em Mossoró, o grande problema não é nem o tamanho da mesma, já que a rodoviária é ampla e com bom espaço para todos. O grande X da questão é a localização: praticamente deserta, a rodoviária é mal localizada e de difícil acesso, ficando às margens da BR 304. Outro problema é que tal obra se arrasta a anos e esta semana teve sua inauguração mais uma vez adiada pelo Governo do Estado, que, através do DER, administra o terminal. Mas, há uma luz para o terminal de Mossoró, que é a implantação da Central do Cidadão no mesmo prédio. Com isso, espera-se que o local deixe de ser um prédio “fantasma”.
Já o ápice da desorganização e abandono do poder público encontra-se na cidade de Assu, cidade vizinha a Mossoró. Por lá a situação é de calamidade: lixo espalhado por toda rodoviária, banheiros totalmente sujos e que não oferecem a mínima condição de uso, fiação elétrica toda exposta, dentre outros problemas. Por lá até o Ministério Público entrou em ação cobrando que as autoridades cuidem do terminal – terminal esse que, aliás, há vários anos recebe o honroso título de “pior rodoviária do Rio Grande do Norte”.
Mas também temos bons exemplos no interior. Currais Novos e Santa Cruz são esses exemplos, mesmo possuindo rodoviárias até certo ponto antigas, mas que atendem bem a demanda a qual são designadas. São em locais com fácil acesso, movimentadas e que oferecem uma boa infraestrutura de acomodação dos passageiros com plataformas amplas e local para estacionamento. Em Santa Cruz, a Prefeitura anunciou recentemente que até o fim do ano será feita uma reforma no local no valor de R$ 600 mil, aumentando assim o conforto de quem utiliza o terminal da cidade que é a uma das principais do Agreste potiguar.
Os terminais rodoviários só fazem parte de um grande rebuliço que é o transporte intermunicipal hoje em nosso estado. Elas seguem a bagunça e falta de organização que é este segmento no RN. Sorte que, como no transporte rodoviário ainda temos rodoviárias que servem como exemplo, dá pra limpar um pouco a barra. Mas grande parte segue a desorganização e falta de estrutura que o segmento representa no Estado e já deixam uma má impressão para o turista que chega naquele lugar.
Uma reforminha básica nesses terminais cairia bem, não é DER?

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