Média diária de assaltos em ônibus cai 94% após barreiras

A média diária de assaltos a ônibus caiu 94,5% em agosto com relação ao mês passado. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário, que atribui o fato à intensificação das barreiras por parte da Polícia Militar. De acordo com o presidente do sindicato, Nastagnan Batista, antes da realização das blitze da PM a média diária de assaltos aos transportes coletivos era de seis, quando em todo o mês de agosto, após o início do trabalho, somente 10 foram registrados pelo Sintro, o que representa 0,33 por dia.
“Mas a nossa luta é para que essa fiscalização da polícia continuem acontecendo”, afirmou o sindicalista. De acordo com o chefe de operações do Comando de  Policiamento Metropolitano (com), da Polícia Militar, coronel Túlio César, as fiscalizações ocorrem diariamente, nas quatro regiões administrativas de Natal em Macaíba e Parnamirim. Nessas diferentes regiões, são dezoito barreiras montadas, por dia, distribuídas em três horários diferentes (seis por horário).  Os lugares em que elas ocorrem também mudam diariamente.
De acordo com o coronel Túlio César, isso faz com que os criminosos não identifiquem os locais de atuação dos PMs. As localidades são definidas a partir de um estudo, no qual se cruzam os dados do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) com as queixas dos motoristas e usuários do transporte público. Os números apontam para os locais em que mais acontecem os assaltos. O coronel Túlio César também confirmou que, em média, 30 ônibus são vistoriados em cada uma dessas barreiras, o que totaliza  540 veículos parados para a realização da revista diariamente.
“Nós orientamos aos policiais que façam o serviço de forma rápida, para que nem o tráfego, nem as viagens dos passageiros sejam prejudicados”, afirmou o coronel. Entre o dia 2 de agosto e ontem, quatro adolescentes foram apreendidos em flagrante, quando tentavam praticar os delitos. Mas em seguida eles foram liberados, de acordo com o CPM.
O comandante do CPM, coronel Ulisses Nascimento de Paiva, disse que as blitze são montadas com o efetivo diário que dispõe cada batalhão responsável pelo patrulhamento nas regiões da capital e Grande Natal, sem contar com policiamento extra. “O ideal seria que fossem pagas as diárias, mas o Estado não dispõe de recursos para isso”, explicou o oficial.
Investigação: A falta de investigação é a maior reclamação dos policiais militares. O coronel Túlio césar confirmou que, desde o início do trabalho de barreiras policiais, solicitou à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) a intervenção da Polícia Civil na eliminação da motivação dos assaltos – os pontos de venda de droga.
Segundo Coronel Túlio, os assaltantes, em sua maioria, são pessoas que consomem entorpecentes ou têm dívida com traficantes. “Eles entram e levam o que conseguem, mesmo que seja em pouca quantidade e de pouco valor”, afirmou. Ele alertou que, de acordo com levantamento da PM, os locais onde comumente descem esses infratores, segundo relatos das vítimas, são próximos a bocas de fumo.
“Quando eles nos dizem onde desceu o assaltante, normalmente bate com os lugares tidos como áreas de risco”, explicou Coronel Túlio. “É preciso um trabalho intensificado da Polícia Civil na investigação dessas áreas, para que possamos, em conjunto, acabar com esse problema”, opinou o oficial. O secretário Aldair da Rocha foi procurado para falar sobre a cobrança da PM, mas não atendeu à reportagem.

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