As intervenções previstas para um dos principais corredores viários de Natal, a avenida Roberto Freire, têm o aval dos empresários com negócios no local. Isso é o que comprova uma pesquisa realizada pelo Sebrae no Rio Grande do Norte para avaliar o impacto da obra de reestruturação da via. 62,8% dos empreendedores entrevistados são a favor do projeto ante a 37,2%, que são contrários. Pelo levantamento, os empresários apontaram as melhorias no trânsito (30,4%) e a mobilidade urbana (21,4%) como os principais aspectos positivos. Em contrapartida, a redução no número de clientes (28,1%) e dificuldade de acesso à loja (10,2%) está entre os pontos negativos da reestruturação.
Os dados foram apresentados pelo Sebrae aos empresários na noite de terça-feira (17), na Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL). O objetivo da pesquisa foi identificar o perfil do empresário, caracterizar os empreendimentos instalados na avenida Roberto Freire, elencar os pontos fortes e fracos da obra de reestruturação da avenida e as ações que serão adotadas pelas empresas para atrair clientes, além de verificar como o Sebrae pode contribuir para amenizar o impacto da obra. A pesquisa envolveu 425 empreendimentos e foi realizada em agosto. A pesquisa completa encontra-se no Portal do Sebrae.
“Constatamos que esse é um importante corredor comercial. Toda e qualquer intervenção merece uma análise, um cuidado e um planejamento, além de preparação prévia dos empresariado para não ter reflexos negativos nos negócios”, ressalta João Hélio Cavalcanti. Atualmente, a avenida Roberto Freire é o principal elo de ligação entre bairros da zona Sul de Natal, como Capim Macio e Ponta Negra, e o restante da cidade. É também uma das principais rotas turísticas da capital potiguar por dar acesso a um dos cartões postais de Natal, o Morro do Careca, e as praias do Litoral Sul do estado.
Esse fluxo favorece os empreendimentos instalados ao longo da avenida. De acordo com a pesquisa do Sebrae, os negócios da área atraem cerca de 2,3 milhões de clientes regulares, com média de 6.792 clientes por empreendimento. São 5.183 empregos diretos gerados pelas empresas pesquisadas com média de aproximadamente 13 colaboradores por empresa. Mais de 700 colaboradores são terceirizados.
Atividades: A maioria das empresas situadas ao longo da avenida concentra-se no setor comercial (60,7%) e prestação de serviço (37,2%). As indústrias e a construção civil representam apenas 1,7% e 0,4%, respectivamente, das empresas da região. Predominam entre as atividades a venda de artigos de vestuário (12,5%), lanchonete/Pizzaria (10,6%), restaurantes (5,4%), bolsas, calçados e acessórios (3,8%) e móveis em geral (3,3%). O levantamento também constatou que 81,7% dos negócios foram constituídos a partir do ano 2000, sendo 42,4% nos anos 2000 e 39,3% a partir de 2010. Quanto à formalização, 93,7% dos negócios da Roberto Freire são devidamente regularizados, sendo apenas 6,3% informais.
As empresas com faturamento de entre R$ 60 mil e R$ 360 mil por ano são maioria. 59,13% das empresas são caracterizadas como microempresa, enquanto 20,82% são pequenas empresas, ou seja, têm receita anual bruta acima de R$ 360 mil e abaixo de R$ 3,6 milhões. Apenas 6,17% são Microempreendedores Individuais (MEI), cujo faturamento vai até R$ 60 mil.
“Essa pesquisa identificou que muitos empresários precisam de capacitação para melhorar a gestão da empresa e aumentar a competitividade. O Sebrae vai montar estratégias para atuar junto aos negócios daquela área”, garante o diretor técnico do Sebrae-RN. Pelo diagnóstico, 22,2% dos entrevistados afirmam que o Sebrae pode contribuir disponibilizando orientação empresarial. Já 14,9% dizem que reconhecem que precisam de treinamento e capacitação, enquanto 14,8% necessitam de apoio na comercialização dos produtos e serviços.
O estudo também quis verificar as estratégias do empresariado para atrair clientes no período da obra. 52,5% dos empreendimentos devem investir em divulgação e marketing. Outras estratégias ainda citadas, porém em menor percentual, são sinalização, promoções, serviços de delivery, facilitar estacionamento, melhorar o atendimento, atrair o clientes e facilitar o acesso.
Fonte: Novo Jornal