O projeto para a implantação da bilhetagem unificada nos transportes públicos de Natal foi aprovado no último dia 25, pela Câmara Municipal do Natal, mas ainda não tem data definida para começar a vigorar na cidade. A Prefeitura, junto às partes interessadas, vai formar uma comissão para discutir a forma como será regulamentada a bilhetagem, que tem prazo de 30 dias para ser finalizada. No entanto, ainda não há a confirmação se o período será suficiente para que os permissionários passem a utilizar o mesmo sistema de bilhetagem dos ônibus. A aquisição de novos equipamentos e a operacionalização das vendas dos cartões de passagem ainda são incógnitas.
Atualmente, os cartões de passagens são habilitados para receber cargas distintas a serem utilizadas em transportes alternativos e ônibus. Ainda não está definido como haverá a integração dos sistemas de cobrança – o que ser-a discutido pela comissão.
De acordo com a secretária de Mobilidade Urbana de Natal, Elequicina dos Santos, o grupo será formado por cinco membros, com representantes do Executivo, sociedade civil organizada, empresas de ônibus e permissionários. A secretária afirma que a Prefeitura ainda não sabe quais serão as necessidades dos transportes alternativos para que a bilhetagem possa ser unificada e, além disso, como será procedida a venda das passagens.
“Por isso, ainda não temos o tempo exato para que isso entre em operação. Há coisas para serem discutidas, como a aquisição dos equipamentos, que será conversado junto aos membros da comissão. Vamos tentar fazer antes dos 30 dias dados para a regulamentação e vamos montar a comissão logo após a sanção do prefeito”, explicou a secretária. Ela aguardava que a matéria fosse enviada pela Câmara à Prefeitura.
Os permissionários também têm dúvidas sobre como será a implantação. Na opinião da presidente da Cooperativa de Transportadores Autônomos de Natal (Transcoop), Maria Edileuza de Queiroz, a unificação da bilhetagem precisa ocorrer em parceria com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbano do Rn (Seturn). Para ela, seria inviável que os permissionários investissem em tecnologia para que pudessem também comercializar as passagens porque a Prefeitura está elaborando a licitação dos transportes públicos e é possível que o Município passe a centralizar as vendas de bilhetes.
“Só tem um meio de fazermos esse sistema: é junto com eles [Seturn]. O investimento [em tecnologia] é muito alto e não temos condições de fazê-lo. É mais fácil sermos parceiros. Vamos esperar o bom senso dos dois lados e ver o que é preciso. A gente não quer usar o serviço sem honrar o compromisso com eles”, explicou Maria Edileuza de Queiroz.
A Transcoop informou que, em 2009, a média de custo para as catracas que aceitam a bilhetagem eletrônica foi de R$ 3 mil. Para a presidente da cooperativa, a comercialização é o que gera mais custos. “Vamos discutir para saber o que é necessário”, disse Maria Edileuza.
Segundo ela, dos 177 permissões para transportes alternativos em Natal, pouco mais de 80 seguem circulando. A assessoria de imprensa do Seturn informou que não vai comentar o processo de implantação da bilhetagem unificada. O NatalCard, parte comercial do Seturn que disponibiliza para os usuários cartões recarregáveis de passagens, também preferiu não comentar.
Fonte e imagem: Tribuna do Norte