Comerciantes do entorno da ‘Arena’ temem prejuízos durante obras de mobilidade

Eles estão na cara do gol. Seus estabelecimentos são vizinhos da Arena das Dunas, que deve receber milhares de pessoas durante a Copa do Mundo da Fifa, no ano que vem. As oportunidades são incontáveis; multidões de potenciais consumidores passarão por ali durante a realização do torneio. Só deveriam existir, portanto, motivos para comemorar. A teoria, porém, passa longe da realidade.
As obras de mobilidade urbana programadas pela Prefeitura do Natal, que preveem a construção de túneis e viadutos no entorno do estádio – notadamente na avenida Prudente de Morais, têm causado apreensão nos comerciantes que possuem empreendimentos na área. De acordo com eles, as interdições e desvios que constam nos projetos vão inviabilizar as atividades das empresas.
A funcionária de uma loja especializada em vidros localizada exatamente em frente ao canteiro de obras, Juliane Dantas, conta que, apesar de boa parte das transações do estabelecimento ser feita por telefone, a interferência das obras deve ser bastante danosa ao movimento do local. “Nós, que somos funcionários, faremos todos os desvios necessários para chegar até aqui, nós precisamos disso. Mas e os clientes? Será que eles vão se submeter a todos esses transtornos para comparecer à loja? A gente vai acabar se prejudicando perante a concorrência”, lamenta.
Já Deyvysonn Hugo, gerente de uma farmácia próxima, explica que a situação do local é ainda mais complicada. “Somos uma farmácia de passagem e funcionamos aqui há mais de 20 anos. A direção da empresa já sinalizou que, caso as obras sejam realizadas da maneira que tem se falado por aí, teremos que procurar outro ponto para manter o funcionamento. Eu acho que tudo isso deveria ter sido estudado antes de a Prefeitura anunciar esses serviços. Fica parecendo que foi tudo feito de qualquer jeito”, dispara o funcionário.
Para tentar buscar uma solução que não afete o andamento desses comércios, os donos das lojas da localidade resolveram se unir e procurar o poder público. A organização do movimento partiu do empresário Paulo dos Santos, que organizou uma reunião no último dia 1°, com o intuito de traçar as primeiras ações a serem tomadas. “Fizemos um encontro informal, mas foi excelente para termos ideia do alcance que a movimentação terá. Estou projetando uma adesão de aproximadamente 70% dos comerciantes do entorno da Arena”, explica Santos.
“Quero deixar bem claro que essa iniciativa não é localizada, pois possui um caráter conjunto. Ninguém aqui é contra as obras, elas realmente são necessárias. O que estamos pleiteando é uma orientação, acho absurdo que a Prefeitura sequer nos dê uma luz sobre o assunto. Tudo isso deveria ter sido considerado previamente, para que ninguém saísse prejudicado. Os nossos funcionários, por exemplo, vão ter de fazer um longo trajeto a pé, já que, segundo ouvimos falar, os ônibus deverão ser desviados até a avenida Jaguarari. É esse tipo de situação que deveria, e poderia, ser evitada com um pouco mais de planejamento”, finaliza o empresário.

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