De janeiro até ontem, 656 ônibus e vans de transporte público de passageiros da Região Metropolitana de Natal tinham sido alvo de assaltos e abordagens criminosas. O número representa um aumento de cerca de 40% em relação ao total de registros ocorridos em todo o ano passado, quando foram contabilizadas 470 ocorrências. Diante do alto índice de criminalidade, que tem gerado apreensão em quem usa o serviço, representantes das polícias civil e militar e dos sindicatos dos empresários e dos trabalhadores se reuniram hoje para discutir estratégias para diminuir os assaltos.
Eles trocaram informações sobre linhas e trajetos mais perigosos e ações já realizadas para a prevenção e o combate aos constantes assaltos, para que sejam traçados novos tipos de ações e estratégias com maior eficácia para reduzir o grande número de ataques aos veículos de transporte público.
Segundo o chefe de operações do Policiamento Metropolitano, coronel Túlio César Alves, foram abordadas estratégias ostensivas e investigativas para a prevenção e o combate aos assaltos, como o levantamento do perfil dos criminosos, itinerários mais visados e locais com maior quantidade de ocorrências, para que a Polícia Militar possa elaborar um plano mais seguro e eficaz contra a criminalidade.
O botão do pânico, que foi apresentado no ano passado como um aliado dos operadores e da própria polícia, também foi discutido durante o encontro e, segundo o representante do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros de Natal (Seturn), Augusto Maranhão, deve ser reavaliado.
“Metade da frota de Natal, composta por cerca de 700 veículos, possui o dispositivo, mas o problema é que mesmo com ele, não está acontecendo o que esperávamos, que era a redução dos assaltos. Isso acontece também porque os bandidos estão mais agressivos nas abordagens, o que pode colocar a vida dos operadores em risco. Diante desses fatores, vamos estudar novamente o que será feito com o dispositivo e se realmente vale a pena instalá-los no restante da frota”, explicou.
Para o diretor do Sindicato dos Profissionais de Transporte do Rio Grande do Norte (Sintro/RN), Oswaldo Furtado, é preciso mais ações ostensivas por parte da Polícia Militar e investigação pela Civil, já que a maioria dos assaltos é cometida pelas mesmas pessoas e nos mesmos locais. Ele citou ainda o fato dos ladrões estarem mais violentos, usarem armas como facas-peixeiras e até colocarem passageiros para participar do crime.
“Sabemos quais são as linhas mais atacadas na Região Metropolitana, os locais com maior incidência de crimes e até mesmo quais ladrões agem sistematicamente contra os operadores. Precisamos de um trabalho em conjunto para diminuir esse número negativo e oferecer mais segurança para os usuários e trabalhadores do transporte público”, afirmou Oswaldo.
Fonte: Jornal de Hoje