Clandestinos: Transporte ‘pirata’ prospera nas capitais

Uma frota de veículos “piratas” encontrou nos problemas do transporte público – como superlotação e poucas linhas – uma brecha para prosperar pelas ruas e avenidas do país. Com preços baixos e mais rotas, motoristas clandestinos vivem um novo auge e superam o transporte regular em algumas capitais.
Os clandestinos se multiplicam em carros particulares que funcionam como “táxi-lotação”. “O fenômeno está vinculado à baixa qualidade e velocidade do transporte público”, avalia Otávio Cunha, presidente da NTU (associação nacional das empresas de transportes urbanos).
Ao menos seis capitais buscam medidas para conter o problema. Em São Luís (MA), a frota de “carrinhos” aumentou até 50% em um ano, segundo a prefeitura. Os clandestinos param próximos aos pontos de ônibus e oferecem a viagem ao preço de R$ 2 (o ônibus custa R$ 2,10).
Em Maceió (AL), câmeras de segurança, policiais, agentes de trânsito e a Força Nacional tentam conter o “boom” do transporte clandestino, que já prejudica a fluidez do trânsito.
Segundo o diretor operacional de trânsito da cidade, Genildo Calheiros, os clandestinos trabalham com tarifas até R$ 0,30 mais baratas do que as dos ônibus.
Em João Pessoa (PB) e Aracaju (SE), mesmo cobrando até R$ 0,40 mais do que o transporte regular, “piratas” confirmam que a demanda só cresce. O motorista Romário Silva, 35, decidiu oferecer o serviço há dois anos e hoje fatura R$ 1.000 extras por mês.
Fiscalização: A superintendência de trânsito de Aracaju diz que realiza, em média, duas blitze por semana. Em João Pessoa, além da fiscalização, a ideia é tornar o ônibus mais eficiente com a criação de corredores exclusivos nas quatro principais avenidas da cidade até 2014.
Em Araçatuba (SP), mais de um terço dos mototaxistas são clandestinos, segundo o sindicato da categoria. O valor gasto com impostos e normas de segurança são apontados como entraves para a regularização.
A falta de segurança é um dos principais problemas do transporte clandestino, afirma o professor de engenharia da Unesp José Bento Ferreira. “O veículo não tem que estar bom apenas para rodar, mas também nas horas de emergência”, declara.
Além disso, o avanço dos “piratas” deve aumentar os congestionamentos e as tarifas dos ônibus, devido à perda de usuários.

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