Mossoró: Empresa diz que ‘foi obrigada’ a reduzir frota de ônibus por falta de condições

A linha Juvenal Lamartine, que contava com um só ônibus e cobria os bairros Barrocas, Santo Antônio e Paredões, saiu de circulação há um mês e não deve voltar num período próximo.
De acordo com Izaquias Peixoto, assistente operacional de tráfego da empresa Cidade do Sol, responsável pela linha, a tendência é que esse itinerário seja “unificado” com o da linha Belo Horizonte.
O caso é irônico, visto que, conforme o Plano de Mobilidade Urbana do Município, a ideia seria começar neste ano ao aumentar a frota. O que se vê, porém, é justamente o oposto. A empresa diz ter se reunido com a Secretaria de Trânsito e Transporte para tratar do assunto, pois alega não ter condições financeiras de continuar com a frota atual.
“Não tem como sustentar a linha. Não estamos tendo apoio do município, a empresa está caminhando por si própria, de maneira a não conseguir cobrir todas as linhas. A maneira foi reduzir frota, até o município dar condições”, contou. Segundo Peixoto, a forma que a Cidade do Sol teria encontrado para superar essa situação foi “vender carros”.
Embora veja avanços na disposição do Executivo de promover os avanços tão necessários, ele relata que as dificuldades de sempre persistem, principalmente a falta de fiscalização.
Com isso, clandestinos trafegam livremente por Mossoró e as carteirinhas de gratuidade são usadas indiscriminadamente. Tais situações inviabilizariam o rendimento de empresas que queiram investir na cidade. “A empresa quer investir, mas por si só não tem condições”.
Como relatado pelo Jornal de Fato outras vezes, outras linhas tiveram a frota reduzida, como Belo Horizonte e Nova Vida. Mas, nesses casos, o desfalque é temporário, para troca de veículos.
O assistente operacional garante que não há previsão, por enquanto, de outros itinerários serem diminuídos de forma permanente, apesar de constantes alegações de que as despesas estão acima das capacidades da empresa.
Segundo ele, a Cidade do Sol também não pensa em sair da cidade, mas cobra investimentos. “Até agora, a empresa só teve gastos”.
A insatisfação recai sobre os motoristas, que descrevem cenário caótico no transporte público mossoroense. Francisco de Assis de Medeiros, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Mossoró (SINTROM), diz que “[os motoristas] não tem linha fixa. De dez ônibus, só um passou na vistoria. Os ônibus estão péssimos, lotados, parando no meio da rua. Está tudo doido”.
Usuários também reclamam do caso nunca solucionado do transporte de massas no município. “Nunca esteve tão ruim”, critica o aposentado Francisco das Chagas.

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