DPGran vai centralizar BOs de assaltos a ônibus em duas DPs

A Academia Geral da Polícia Civil (Acadepol), na Cidade da Esperança, anunciou estratégia para conter assaltos no transporte coletivo na Grande Natal. A ideia, segundo o delegado de Polícia da Grande Natal, Odilon Teodósio, é centralizar informações sobre os assaltantes, como suas características, e dados das vítimas, passageiros, motoristas e cobradores e dos veículos em apenas duas delegacias. As informações ficarão concentradas na Delegacia de Furtos e Roubos (Defur) e na Delegacia Especializada de Atendimento ao Adolescente Infrator (DEA).
Isso porque, segundo o delegado, “são grandes os indícios de que os assaltantes são rapazes de menor idade”. O número de assaltos dentro de transportes coletivos, na Região Metropolitana de Natal, cresceu 68,4% entre o ano passado e 2013. Até o dia 30 de outubro, ocorreram 658 assaltos dentro de ônibus urbanos, intermunicipal e  alternativos que circulam na capital e cidades circunvizinhas, contra os 450 registrados ao longo de 2012. 
Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores em  Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte (Sintro-RN), que mandou três dirigentes à reunião na Acadepol. Para o titular da DPGran, com a concentração dos dados sobre as ocorrências dos crimes de assaltos em ônibus nessas duas delegacias ficará mais fácil a identificação de assaltantes e o cruzamento de informações, inclusive aquelas oriundas da Polícia Militar e do Centro de Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e ainda dos sindicatos patronal e de trabalhadores do sistema.
Também se discutiu, inclusive, a liberação de motoristas e cobradores para o registro de Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. Segundo Odilon Teodósio, os passageiros dos ônibus, geralmente, não gostam de comparecer às delegacias para o registro de BO, porque têm receio de ficar cara a cara com os assaltantes e passarem por represálias, então, há necessidade de que os motoristas e cobradores atuem como testemunhas, inclusive para a identificação de assaltantes e, para isso, é preciso que sejam liberados pelas empresas de transporte para comparecerem às delegacias tão logo ocorram os assaltos.
Odilon Teodósio afirmou, ainda, que pela sua experiência quando esteve à frente da Defur em Natal, que os assaltantes direcionam o produto de roubos para a compra e pagamento de dívidas de drogas, como maconha, cocaína e crack, e que realizam os assaltos próximos aos locais de descidas e paradas de ônibus, para se esconderem, em seguida, em residências de familiares ou nas chamadas “bocas de fumo”, pontos de vendas de drogas, onde deixam o roubo – dinheiro, celulares e objetos pessoais – nas mãos do traficante.
Odilon Teodósio disse que, embora os dados sobre os assaltos fiquem concentrados na Defur e na DEA, isso não significa dizer que as delegacias distritais vão deixar de iniciar as investigações dos crimes, apesar das dificuldades que elas têm de infraestrutura, inclusive de recursos humanos.
Teodósio debateu as primeiras estratégias de combate a assalto dentro dos ônibus com o coordenador jurídico do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn), Augusto Maranhão Filho, além do chefe de Operações do Comando do Policiamento Metropolitano (CPM) da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, coronel Túlio César Alves; a delegada de Atendimento ao Adolescente Infrator, Adriana Shirley; o delegado de Furtos e Roubos, Herlánio Cruz e o delegado adjunto da DPGran, Alexandro Gomes.
O coordenador jurídico do Seturn, Augusto Maranhão Filho, disse que “o primeiro passo foi dado” nessa reunião, “para um tratamento técnico” às informações. Com os dados agrupados, acredita Maranhão Filho, será possível investigar onde se realiza mais assaltos e quem faz os assaltos. Um grupo de trabalho foi montado para analisar como fazer procedimentos e avaliar a necessidade de criação de uma delegacia especializada em assaltos a ônibus. O dirigente do Seturn ainda falou que a área de inteligência da Polícia Civil vai avaliar como será usado o ‘botão do pânico’ e se não há necessidade de ampliação.

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