Usuários do transporte coletivo em Mossoró estão ainda mais penalizados com a interrupção no funcionamento regular do ônibus que faz a linha “Juvenal”. Há dias, o veículo parou de circular. Com o problema, o ônibus que faz a linha do Belo Horizonte está alternando as circulações, ora atendendo os moradores do bairro, ora fazendo o percurso do Juvenal. Como consequência, o tempo de espera dos usuários das duas rotas, que já era elevado, passou a ser ainda maior.
“Fica muito difícil para a gente. Por sinal, fizeram um abaixo-assinado”, diz a empregada doméstica Socorro Silva, que é moradora do Sumaré e depende do transporte coletivo para chegar ao trabalho. “É horrível”, complementa.
Ela comenta que chega a esperar quase uma hora pelo Belo Horizonte e a situação se complica durante os finais de semana, pois, segundo Socorro Silva, no sábado a linha só circula até as 15h e, assim como outros passageiros, ela sai do trabalho após esse horário. Assim, tem que pegar um ônibus para o Centro, pois trabalha no Abolição, e do Centro para o Alto de São Manoel, onde espera o esposo ir lhe pegar para completar o percurso. Já no domingo, não pode contar com a linha.
Mesmo com o sistema que não atende por completo as suas necessidades, ao final do mês as consequências pesam ainda no bolso. “Todo dia R$ 4,00”, informa. Nos final de semana, como tem que utilizar mais veículos para chegar aos mesmos pontos, os gastos dobram, passando para R$ 8,00. Um gasto que pesa no orçamento.
De acordo com o diretor de Trânsito e Transporte do Município, Galttieri Tavares, o que está acontecendo é consequência da quebra do veículo “Juvenal”, que está na garagem para reparos. O ideal seria fazer a substituição por um carro reserva, porém, segundo ele, a empresa alega dificuldades e necessidade de realizar pagamentos. Assim, o ônibus do Belo Horizonte faz a linha do bairro em um horário e a do Juvenal em outro.
Segundo Tavares, a solução definitiva para o problema seria a licitação para contratação de uma empresa para prestar o serviço. O documento já foi encaminhado para a Secretaria de Compras, para ser publicado.
Até agora, dois processos de licitação foram realizados e os dois foram desertos. Este será o terceiro. O diretor de Trânsito e Transporte diz que nos dois primeiros processos não houve um estudo tarifário. Segundo ele, o valor cobrado a época de R$ 1,85 estava defasado e não era suficiente nem para manter o serviço existente. Ele afirma que, de acordo com o estudo tarifário, o valor calculado para a tarifa a ser lançado no próximo edital é de R$ 2,30, o que não significa que este será o valor cobrado, pois quem der o menor lance vence a licitação.
Outra informação sobre o edital é que o documento que está para ser lançado não traz a exigência de que a empresa possua veículos com ar-condicionado.
Com essas mudanças, o diretor espera que haja empresas interessadas. “Eu acho que agora a gente vai ter êxito”, comenta.
Segundo ele, com o aumento da tarifa haverá melhoria nos serviços, com acréscimo de oito novas linhas e aumento no número de ônibus.
“O que se oferece hoje não é digno da tarifa. Vai aumentar um pouco a tarifa, mas vai aumentar o serviço”, diz o diretor.
Fonte: Gazeta do Oeste