Editorial UNIBUS RN: Onde estão os ônibus novos?

Encerrado o penúltimo mês do ano, os especialistas em transporte, os busólogos, as autoridades e, principalmente, os usuários fazem uma pergunta que parece inofensiva, mas que dadas às devidas circunstâncias se torna incrédula: Onde estão os ônibus novos?
Por incrível que pareça, caro leitor, essa é uma interrogação latente em 2013. Chegando ao último mês do ano, apenas uma das seis empresas do transporte urbano natalense trouxe veículos novos. E apenas 5 minguados novos ônibus.
Além desses 5 ônibus novos, a mesma empresa trouxe outros quatro seminovos. Quem teve essa proeza, e que devemos aplaudir por ter feito sua parte, é a Cidade do Natal.
Fora isso, apenas ônibus seminovos em outras três empresas. Alguns desses, inclusive, foram fabricados em 2005 – portanto, com oito anos de uso. Algo inacreditável e inadmissível em uma cidade de um porte de Natal.
Se levarmos em conta as empresas que fazem o transporte semiurbano e intermunicipal, o cenário é o mesmo: apenas ônibus usados e em pouca quantidade. Em uma delas, alguns desses veículos foram fabricados em 2004. Quando virarmos o ano, completam longos 10 anos de uso.
Ou seja: De todas as empresas que, de alguma forma circulam em Natal, as de grande porte não trouxeram um ônibus em 2013. Nenhum pra podermos noticiar. Nem mesmo usado!
Tal cenário torna preocupante a situação do transporte público na capital potiguar. Aquilo que já era precário vem piorando a cada dia, com ônibus cada vez mais velhos, em mau estado de conservação e em menor quantidade. Isso sem contar os grotescos casos de falta de manutenção que, se fossemos expor, iria tornar este texto muito grande, não enfadando assim o nobre leitor.
Apesar da crítica, temos de concordar em um ponto que, com certeza, pode questionar esse texto: a falta de um reajuste tarifário. E esse não é um caso exclusivo de Natal: em várias cidades do país, as empresas estão penando para renovar suas frotas. Após os protestos de junho, que tiveram origem em Natal, os governos recuaram dos reajustes, dificultando assim o caixa das operadoras.
Mas, isso não é uma desculpa suficiente. O natalense anda hoje em latas de sardinha: cheias demais, mal conservadas e, em alguns casos, enferrujadas. Pegar um ônibus acaba se tornando um risco de vida para um usuário mais desatento.
Portanto, devemos sim cobrar de quem é responsável a melhoria da qualidade do transporte público em Natal e no seu entorno. Leia-se como qualidade vários aspectos – incansavelmente citados nesta coluna. Mas, um dos mais importantes é a renovação de frota. E isso deve ser feito o mais rápido possível.
Assim, ainda há tempo para algumas empresas fecharem o ano com ônibus novos. Faltam somente 31 dias.

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