O prefeito Carlos Eduardo (PDT) decidiu vetar integralmente o projeto de lei que concede aos estudantes da capital a gratuidade nas passagens de transportes coletivos do município. A proposta foi aprovada no início de novembro pelos vereadores da Câmara Municipal (CMN), após apreciarem inciativa do próprio Executivo. Carlos Eduardo explicou que não se trata de engavetar uma sugestão própria, mas de reparar incongruências que a inviabilizam. “Não podemos dar um passo maior que as pernas. Se sancionássemos todo o teor enviado pelo legislativo gastaríamos mais do que arrecadamos”, disse ele. O prefeito se referiu às alterações anexadas pelos parlamentares na forma de emendas, as quais geraram um acréscimo anual de R$ 700 mil.
O veto integral ao projeto de lei será enviado até a próxima quinta-feira (5). Ontem, um grupo de vereadores, entre eles o líder na CMN, Júlio Protásio (PSB), se reuniu com o procurador-geral do município, Carlos Castim, e acenou positivamente para as justificativas do Executivo para pôr fim a proposta da forma como foi aprovada. Castim explicou que não é possível implantar uma iniciativa que onere os cofres do município, sem impor critérios bem definidos.
Ele enfatizou, por exemplo, a necessidade de transcrever um texto claro quanto ao número de passes concedidos aos estudantes. Os recursos para o custeio do Passe Livre Municipal sairão do orçamento da Secretaria de Educação de Natal. O prefeito Carlos Eduardo lembrou que as finanças do município ainda cambaleiam, apesar dos esforços. E que é preciso excesso de cuidado com novas despesas. Ele disse não temer um desgaste político da Prefeitura, uma vez que é a segunda vez que veta o projeto de concessão de gratuidade nas passagens aos estudantes. “Pior é dar calote, não conseguir pagar as contas e deixar de cumprir com as obrigações”, frisou.
Câmara: Os vereadores de Natal ainda não se manifestaram publicamente sobre o veto do prefeito Carlos Eduardo ao projeto do Passe Livre. Mas já se sabe que enquanto uma parcela de parlamentares já compreende as razões do Executivo, uma outra – liderada pela bancada de esquerda – promete fazer barulho. Os vereadores Amanda Gurgel (PSTU), Sandro Pimentel (PSOL) e Marcos Ferreira (PSOL) já anunciaram a discordância a qualquer alteração no texto enviado pela CMN.
Terão direito ao beneficio os estudantes regularmente matriculados na rede pública municipal de ensino de Natal. Segundo o projeto, é de responsabilidade de todas as escolas da rede pública municipal manter em seus bancos de dados, um Sistema de Cadastramento de Gratuidade Estudantil (SCGE), contendo todas as informações dos alunos.
Fonte: Tribuna do Norte