Editorial UNIBUS RN: Os anseios de poucos que prejudica a muitos

Nunca antes na história deste país tivemos que nos curvas diante de minorias que agem com verdadeiras birras. Como crianças mal criadas que batem o pé e querem por que querem aquele brinquedo, a qualquer custo! A gota d’água disso aconteceu esta semana, na última quarta-feira (04). A minoria dos permissionários dos alternativos, que lamentavelmente tem feito seguidas ações desastrosas, parou praticamente toda a cidade, cobrando a agilidade na unificação dos cartões de passagens da capital.

O engarrafamento foi considerado histórico, e o caos sentido em toda a cidade. Não faltaram comentários nas redes sociais e meios jornalísticos que consideraram o caso até mesmo como ‘terrorismo’. E não é pra menos! O Ministério Público afirmou que está tomando as providências, e pretende punir os responsáveis pelo protesto. Tomara! Entre as considerações que podem ser feitas sobre o estado democrático e suas ações, obviamente convém à liberdade de pensamento, mas, principalmente, que democracia é maioria. Neste caso, a questão não é nem o favoritismo ou oposicionismo a causa protestada, e sim as consequências trazidas pelo absurdo instaurado na cidade naquele dia. E a completa maioria se opôs a maneira como a causa está sendo tratada pelos interessados.

Historicamente, os alternativos já não tem uma boa aceitação na cidade. Agora, a um passo da bilhetagem unificada – também conseguida contra as condições apresentadas pela Prefeitura, após invadir o prédio da administração municipal – pouco importa os obstáculos pela frente, o que importa é derrubá-los, custe o que custar, como no protesto da semana passada. Se a visão que a sociedade tem dos alternativos não é boa, isso também não importa pra eles. A determinação é o que está sendo buscado, como se isso fosse, de algum modo, modificar significativamente todo o contexto em que os alternativos estão inseridos – considerando a utilização dos vales-transportes em papel (na época) por eles, e que atualmente já há bilhetagem para eles, em condição diferenciada de um serviço opcional, que de fato eles são.

Certamente isso pouco importa para os responsáveis por essas ações, mas, por mais que se reitere o argumento que o que ali se busca é um interesse e/ou talvez até uma necessidade da população, nada justifica o que tem sido feito. Bater o pé e ter que ser assim. Aonde tudo isso vai parar? Pessoas precisarão morrer? E não é exagero falar em morte, perto do que a cidade viu na última quarta. Isso tudo só está fazendo a sociedade ficar completamente oposta a qualquer vontade da classe.

O ocorrido só pode ser classificado como lastimável. E mais lastimável ainda é perpetuar a ideia de que devemos nos jogar no chão e dizer “eu quero, eu quero”, e só sair dali quando conseguir. Assim, os poucos vão conseguindo seus anseios, pouco importando se prejudica a muito.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo