Falta de condições de trabalho, irregularidades trabalhistas e veículos em condições precárias são as principais reclamações dos motoristas que trabalham na Sideral Transportes, empresa responsável por parte do serviço de transporte urbano em Mossoró.
Em contato com a reportagem da Gazeta do Oeste, os profissionais fizeram relatos sobre como são condicionados a trabalhar e o mais grave, o quanto a segurança dos usuários é posta em risco.
De acordo um dos motoristas que atua na empresa há 13 anos, Arão Batista de Lucena, tanto ele quanto os colegas trabalham sob pressão o tempo todo para que consigam cumprir os horários, porém, precisam fazer verdadeiros “milagres” ao ter que dirigir carros em péssimas condições.
Segundo ele, a quebra de ônibus é constante e o conserto é sempre paliativo. “Quando quebra a peça de um carro eles repõem com uma peça de outro. É um sistema de gambiarra”, ressaltou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Mossoró (SINTROM) Francisco de Assis Medeiros, acrescentou que todas as irregularidades promovidas pelas empresas de transportes urbanos que atuam em Mossoró já foram denunciadas tanto no Ministério Público como na Justiça do Trabalho, porém, continuam.
Francisco de Assis afirma que muitos funcionários da empresa Sideral não tem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) depositado. “Essa irregularidade já foi levada ao conhecimento do Ministério do Trabalho”, relatou.
O presidente do Sintrom adiantou que as irregularidades no sistema de transporte coletivo urbano de Mossoró são antigas.
Segundo ele desde 1989 que o problema existe e nada mudou desde então. “Estamos aqui ouvindo relatos de trabalhadores que não sabem quando vão receber o salário do mês e isso é muito triste, saber que prestou o serviço e não saber quando vai receber o salário, como é o caso dos motoristas da Sideral”, ressaltou.
O outro lado: A reportagem entrou em contato com a direção da Sideral em Mossoró, através de um dos diretores, que se identificou como Célio Carvalho. A empresa negou o atraso de salário e garantiu que o FGTS dos funcionários também é depositado. Célio disse que a unidade empresarial não circula com carros sem condições de tráfego. “De forma alguma, mesmo porque nós temos compromisso com a segurança da população”, alegou.
Uma informação totalmente contrária ao que foi denunciado pro Francisco de Assis do Sintrom, que afirmou que na última vistoria feita nos veículos da Sideral, de 14 carros somente um passou pela inspeção. Outra questão levantada por Francisco de Assis é quanto aos problemas nas linhas. O presidente do Sintrom confirmou que tem conhecimento das reclamações dos usuários que dependem das linhas conjugadas, como é o caso do ônibus da empresa Cidade do Sol, que atende a três itinerários ao mesmo tempo.
O mesmo ônibus faz um itinerário pelo bairro Belo Horizonte, depois a linha Juvenal e o bairro Bom Jesus, o que dá um tempo de duas horas para cada itinerário.
Fonte: Gazeta do Oeste