Editorial UNIBUS RN: Até parece!

Você já deve ter percebido, caro leitor, que um tema recorrente em nossos editoriais tem sido assaltos a ônibus. Não é para menos. Seguimos um princípio lógico de abordar temas sociais em destaque, e, infelizmente, a insegurança tem expressiva vivência em nosso estado. Diante disso, os assaltos ao transporte também aparecem com índices históricos, e, além do que é acompanhado pela mídia – com matérias sobre caso de assaltos vinculadas até mesmo em cadeia nacional – a sensação de medo, insegurança e da potencialidade em ser vítima a cada vez que se sai de casa para trabalhar, está presente em todos os motoristas, cobradores e usuários de transporte coletivo da região metropolitana. Esse medo já se tornou, praticamente, um senso comum.
Mas na contramão da realidade, foi divulgado pelo Sindicato dos Rodoviários (SINTRO) um número absolutamente inexpressivo de assaltos a ônibus na grande Natal – com a afirmação de que caiu de 8 para 1 a média de assaltos a ônibus. O que pensar disso? É possível acreditar, diante dos recorrentes relatos, abordagem midiática, e principalmente, da sensação de medo vivida pela população? Parece difícil! Não é difícil ouvir da própria população comentários que chegam a ser até irônicos sobre isso, com afirmação de que, ou os demais assaltos não têm sido registrados na polícia, ou o único assalto que está havendo, é um grande assalto, valendo-se pelos demais. Em outras palavras, mesmo com todo respaldo da polícia e do sindicato, até parece que a população acredita em um número tão pequeno, diante da realidade de medo.
Para endossar ainda mais a situação, na última quinta-feira, um grupo de rodoviários cruzou os braços por uma hora, no bairro da Ribeira, cobrando mais segurança no transporte público e reclamando do grande número de assaltos a ônibus e trabalhadores desamparados diante o medo. A manifestação foi organizada por um grupo independente de motoristas e cobradores. O SINTRO classificou a manifestação como sendo de cunho político, visto que no próximo ano haverá eleições para a presidência do sindicato.
Quem está certo, quem está errado, se a manifestação e outras que virão são de cunho político ou não, certamente, só o tempo poderá esclarecer. Fato, reiteramos, é a sensação e as inúmeras discussões entre os próprios usuários do medo, de que o pior pode acontecer a qualquer momento. Certamente, caros leitores, vocês já devem ter ouvido que segurança nunca é demais. Não é mesmo! Quanto mais em um serviço tão essencial a população, como o transporte.
Infelizmente o ônibus se tornou um dos alvos mais fáceis para os bandidos – que, junto a impunidade, ao complexo sistema judiciário brasileiro e os graves problemas sociais que o país enfrenta – a tendência é que isso se torne ainda mais complexo, caso não haja grandes e reais ações de combate ao bandidismo e tráfego de drogas. Até lá, pouco adianta mostrar dados periódicos de assaltos e querer crer que tudo pode melhorar. Infelizmente!

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