“Se a Secretária de Transporte […] autorizar mais um só carro que seja para a terceirização, o sistema vai reagir de imediato, nem que para isto tenhamos que colocar a nossa vida e de outros em risco, não é uma ameaça, e sim um limite aos governantes que não conseguem parar a fúria financeira do SETURN”. Assim diz a carta assinada por Nivaldo Andrade Silva, Presidente do SITOPARN. Que coisa séria!
O trecho sublinhado chamou minha atenção pela gravidade da condição imposta pelo autor da carta, donde a vida deles e de outros estarão em risco caso sua reivindicação não seja atendida. E aí eu pergunto, quem são os “outros”? Por acaso nós, usuários do sistema? Como a afirmação é ampla, na mesma amplitude posso entender que sim.
Não quero julgar a causa do sindicato dos alternativos, mas considero potencialmente perigoso o tom da fala. E aí, tudo vira um movimento macabro nesta cidade cujas leis não parecem existir. Egoístas! Cada parte pensa em si própria e se esquecem do cerne da questão: o passageiro, o usuário! Que historicamente sofre com a frota ridícula, ultrapassada, imunda e de ambiente podre, corrompido pela ganância!
A vítima, mais uma vez, é o passageiro! O resultado é a quebradeira do sistema e as ruas cada vez mais entupidas de motos e carros, dos fugitivos do sistema! Néscios! Quando vão acordar que só vão ser bem sucedidos quando elevarem o passageiro ao nível de maior importância?
Esse é o meu chega! Peço desculpas pelo tom de escrita, mas estamos no caos, não é mesmo? Quem garante se eu, andando num coletivo, chegarei bem ao meu destino? E se antes algum terrorista atear fogo, ou sequestrar o veículo em prol da causa? Às partes, digo: se estão na desgraça, desgraçados são, e mais se desgraçam com essas desgraças!