Bilhetagem: Permissionários protestam e Prefeito terá de se explicar aos vereadores

O prefeito Carlos Eduardo será convocado pelos vereadores para explicar sobre a demora em executar o processo de unificação da bilhetagem no sistema de transporte urbano da capital. O requerimento de autoria do vereador Sandro Pimentel foi aprovado por unanimidade na sessão de ontem. Na mesma hora, os permissionários do transporte alternativo realizavam protesto na Cidade Alta. Eles estacionaram vans em frente à prefeitura e prometeram reagir novamente se a linha complementar 314, da Zona Norte, continuar operando no bairro de Nova Natal.
Ainda não há uma data definida para o prefeito comparecer à Câmara. De acordo com o vereador Sandro Pimentel, o próprio Carlos Eduardo deverá decidir o dia em que prestará esclarecimentos aos vereadores. “A lei enviada por ele e que estabelece a bilhetagem única não foi cumprida, penalizando a população que utiliza o transporte público. Queremos que ele próprio justifique o motivo dessa demora em cumprir a lei”, diz o vereador.
Além de explicar o atraso na unificação da bilhetagem, o requerimento também solicita que Carlos Eduardo comente sobre os problemas diários no trânsito da capital. “Se ele não comparecer, estará descumprindo a Lei Orgânica do Município e veremos com o setor jurídico da Câmara que medidas poderemos adotar”, declara Pimentel.
A convocação do prefeito foi aprovada enquanto um grupo de permissionários realizava um ato de protesto diante da prefeitura. Eles estacionaram sete veículos em frente ao Palácio Felipe Camarão, interditando uma das faixas da via, como forma de pressionar a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) a retirar a linha complementar 314 que opera na comunidade de Nordelândia e se expandiu para Nova Natal, Zona Norte da capital.
Essa linha opera desde outubro passado, por meio de uma parceria firmada entre a Coopetrans e Seturn, autorizada pela Semob para cobrir a área que antes era operada pela empresa Riograndense, que decretou falência. Ontem, o protesto do Sitoparn foi contra a ampliação dessa linha que, além da comunidade de Nordelâdia, teria avançado para o bairro de Nova Natal, onde permissionários e ônibus já operam.
“Havíamos dito que se a Semob autorizasse mais veículos nessa linha agiríamos de imediato e aqui estamos pacificamente. Não queremos violência, mas se nos confrontarem, com certeza haverá reação”, avisou o presidente do Sitoparn, José Pedro Neto.
Segundo Pedro Neto, as vans da linha complementar, arrendadas ao Seturn, operam com uma tarifa menor que no restante da cidade, R$ 1,60. Quem a utiliza pode se beneficiar com o sistema de integração do passe. “Hoje (ontem) invadiram a área de Nova Natal, numa clara reação de quem quer acabar com os trabalhadores permissionários aos poucos”, disse o presidente, alegando que há uma concorrência desleal, visto que os alternativos e os ônibus cobram a tarifa de R$ 2,20.
Durante a ação dos permissionários, integrantes de movimentos sociais que realizavam a passeata contra a tortura do regime militar no Brasil, relembrando os 50 anos do golpe militar de 1964, chegaram a se unir a eles e, por cerca de uma hora, toda a via ficou fechada, interditando o trânsito no local.
Policiais do BP Choque em quatro viaturas, além da Guarda Municipal, agentes de trânsito e policiais rodoviários federais, foram enviados ao local. No início da noite, os permissionários retiraram as vans de frente da prefeitura.
Fonte: Novo Jornal

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