A expectativa do Seturn é que a licitação para designar empresas que atenderão o sistema de transporte público de Natal leve a uma reestruturação da rede de transportes de acordo com as necessidades da capital potiguar. O consultor técnico do Seturn, Nilson Queiroga, afirma que muitas das rotas feitas pelas linhas atualmente são as mesmas há 40 anos e não acompanharam as mudanças pelas quais a cidade passou.
Queiroga aponta como principais indícios desse diferença necessidade-atendimento o fato de a grande maioria das linhas de ônibus passarem pelos bairros do Alecrim e Rocas, pelo Centro da cidade e pelas avenidas Rio Branco e Salgado Filho. Segundo ele, isso causa uma concentração de transportes em pontos específicos da cidade, enquanto outras regiões ficam desassistidas.
“Há quarenta anos, o Centro, o Alecrim e a Ribeira eram locais muito movimentados, mas hoje a Ribeira está esquecida, o Alecrim está se acabando e todos os ônibus passam pela Rio Branco. Isso não é mais preciso. Enquanto isso, a zona Sul, por exemplo, é menos atendida”, criticou. Essa mudança dos principais destinos da cidade levou a uma redução de ônibus em circulação, mas que segundo Queiroga não prejudica a demanda, que também vem diminuindo.
O coordenador de projetos do Seturn disse também que a licitação detalhará e colocar nos contratos o novo modelo de transportes da cidade, além de dar respaldo jurídico às empresas, que hoje operam com licitações vencidas.
De acordo com o procurador-geral do Município, Carlos Castim, o processo da licitação dos transportes de Natal terá início no segundo semestre deste ano, quando a parte referente à bilhetagem estiver resolvida.
O Instituto para Desenvolvimento do Sistema de Transporte (Idestra), empresa paulistana especialista em transporte público, fará consultoria para a bilhetagem e analisará o estudo que a Prefeitura já tem, feito na gestão passada, sobre a rede de transportes. O Idestra também irá propor as adequações que precisam ser feitas para atender a demanda atual de Natal para o transporte público.
Fonte: Tribuna do Norte