Em reunião na noite de quinta-feira (24) com a Prefeitura sobre a implantação da Zona Azul no Centro, empresários aumentaram a pressão para a melhoria do precário transporte público local. Isso porque funcionários do comércio reclamam que, se a rotatividade das vagas for implantada, eles ficam impossibilitados de ir trabalhar.
“Antes da Zona Azul, tem que existir, de fato, um transporte público melhor. Foi o que a gente cobrou”, relatou Michelson Frota, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (SINDVAREJO). A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) se juntaram para cobrar medidas que priorizem o transporte coletivo mossoroense.
O projeto é considerado a melhor solução para resolver o problema da falta de vagas de estacionamento do Centro, mas, se o problema dos ônibus não for melhorado, pode se tornar inviável para o comércio.
Ontem, a reportagem não conseguiu localizar o subsecretário de Trânsito e Transporte, Chalejandro Pontes, mas o Sindivarejo informou que ele se comprometeu a ir a cidades onde os serviços de ônibus funcionam regularmente bem, como Curitiba (PR) e Caruaru (PE).
A instabilidade política atual e a dificuldade no lançamento do edital para a concessão de novas linhas devem atrasar a implantação da Zona Azul, mas as entidades empresariais asseguraram que pressionarão a Prefeitura na concretização de medidas para o transporte público.
Reverter a situação de crise permanente do setor é um dos maiores desafios do Município. De acordo com a gerente da Cidade do Sol, Viviane Pereira, a frota atual da empresa é de cinco veículos (seis escalados, mas um está quebrado), frente a 32 disponibilizados há apenas cinco anos.
A gerente reforça a disposição da empresa de deixar de atuar na cidade e avisa que não pretende aumentar mais a frota. Para ela, atuar em Mossoró nas atuais condições é “insustentável para as empresas”. Após o incêndio de um ônibus seu há um mês, a Sideral também diz ter “mudado sua postura” em relação à cidade e precisa “reavaliar” sua posição aqui.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte tem atrasado a entrega do mais recente edital para concessão de novas linhas, que está lá sob análise de peritos. A ideia seria deixar o documento seguro e atraente para empresas investirem no município. A demora em entregar o resultado, porém, tem empurrado o setor para uma situação crítica. A população, especialmente estudantes, reclama que está impedida de se locomover.
Fonte: Jornal de Fato