Aeroporto: Fui de táxi, vim de ônibus

Passados os primeiros dias de funcionamento, o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, ainda passa por ajustes, mesmo após a inauguração oficial. Uma dúvida que ainda persiste é sobre como o sistema de transporte vai atender 170 mil turistas que irão assistir a Copa do Mundo em Natal, segundo estimativas do Ministério do Turismo.
O Novo Jornal testou os serviços de táxi e de ônibus, constatando as dificuldades para se chegar ao novo complexo aeroportuário. A viagem começou às 8h57 em frente à sede do jornal, na Rua Frei Miguelinho, bairro da Ribeira, Zona Leste. O trajeto de ida foi feito de táxi. Fomos transportados pelo motorista Severino Domingos, 64, que iria pela segunda vez ao novo aeroporto. A bandeirada (a taxa de serviço) foi de R$ 4,55.
“Para chegar mais rápido temos de ir pela Ponte de Igapó”, sentenciou Severino, justificando que o caminho pelos bairros do Alecrim, Quintas, Igapó até alcançar a cidade São Gonçalo do Amarante. Ele previu um itinerário de 40 minutos. Trajeto definido, o táxi subiu pela Avenida do Contorno, nas proximidades do Paço da Pátria, até passar pela Avenida Mário Negócio, no Alecrim.
“É o percurso mais curto para o aeroporto. Isso, claro, caso o passageiro saia do centro ou dos bairros da Zona Sul de Natal”, afirma o taxista. Segundo ele, somente quem está hospedado no início da Via Costeira e das praias urbanas (Artistas, Meio, Areia Preta e do Forte) deve adotar o caminho pela Ponte Newton Navarro, praia da Redinha e Avenida João Medeiros Filho, que corta boa parte dos bairros da Zona Norte. Há 15 dias, a reportagem fez este percurso e o tempo de viagem foi de 50 minutos.
O táxi seguiu tranquilo até chegar ao bairro do Alecrim. O fluxo passou a ficar lento a partir da Praça Gentil Ferreira. “Sempre fica engarrafado por aqui”, anunciou Severino. Eram 9h12 quando a reportagem chegou à Avenida Felizardo Moura, nas Quintas, entre o Viaduto da Urbana e a Ponte de Igapó. Neste trecho, outro ponto de retenção, mas nada que interrompesse o itinerário.
Seguimos o trajeto com velocidade média de 40 quilômetros por causa do movimentado trânsito da cidade. Após a Ponte de Igapó, na Avenida Felizardo Moura, passamos por dois pontos de retenção de tráfego. Vários ônibus do transporte público fechavam uma das três faixas da pista para embarque e desembarque de passageiros.
Seguindo pela região central da cidade, o taxista se queixa da falta de informações e sinalização específica indicando os caminhos para o aeroporto de São Gonçalo do Amarante. “Não tem placa. O motorista que não conhece a cidade se perde rapidinho”, avalia. Até ali, de fato, não foram vistas placas de sinalização.
Severino Domingos tem 27 anos de serviços como taxista. Para ele, a inauguração do novo complexo aeroportuário é uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra. “As viagens estão mais longas. É mais lucrativo”, afirma.
As primeiras placas de informação só foram vistas na Avenida Felizardo Moura. Apenas duas placas bilíngues foram registradas ao longo do percurso. Todavia, as indicações não estão visíveis e ficam praticamente escondidas atrás de outras placas de trânsito.
Por volta das 9h30, os últimos quatro quilômetros são feitos através das pistas de acesso – um corte feito na rodovia federal BR-406. No inicio do trajeto, as obras de finalização seguem firmes. A viagem se encerra às 9h36. O aeroporto surge imponente e surpreende o taxista. Ele só havia ido ao Aluízio Alves uma vez.
“Foi no domingo passado, mas nem deu para ver direito, era noite”, conta. Severino ainda se surpreendeu com a quantidade de operários e caminhões de transporte no terminal de passageiros. “Tem muita coisa a se fazer”, analisa.
Fonte: Novo Jornal

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