Greve: Sem ônibus, natalense sofre na volta para casa para ver jogo do Brasil

Mesmo tendo sido liberado mais cedo para assistir ao jogo Brasil 0 x 0 México com a família, em casa, o vendedor Valdson Lira da Silva, 23, temia chegar tarde. Após 40 minutos na parada no Alecrim, nenhum ônibus das cinco linhas que podem ser usadas por ele, que mora próximo ao ginásio Nélio Dias, na zona Norte da cidade, havia passado. “É um absurdo. Nos últimos dias estava ruim, mas parece que hoje está pior”, comentou o vendedor.
Como ele, centenas de natalenses tiveram que encontrar paciência e, quando possível, outros meios de chegar em casa, após as 15h. Os ônibus deixaram de circular na cidade pouco após este horário, em que os comércios também fechavam suas portas.
O comércio encerrou o expediente mais cedo, nesta terça-feira (17), para acompanhar a partida, realizada pela segunda rodada do grupo A na primeira fase da Copa do Mundo 2014. O jogo começou por volta das 16h. Uma hora antes das equipes entrarem em campo, em Fortaleza, as lojas das principais avenidas do Centro estavam fechadas. As do Alecrim, também na zona Leste, fecharam na mesma hora.
O problema é que a população não tinha como voltar para casa. Com a greve dos rodoviários, até a frota emergencial de ônibus deixou de circular durante a partida, segundo os próprios passageiros. Motoristas ouvidos pela reportagem confirmaram que receberam recomendação – mas não disseram de quem – para parar no terminal depois das 15h e só voltar depois do jogo. Mesmo os ônibus que ainda passavam, em última viagem, estavam lotados de passageiros.
Fazendo o percurso contrário da maioria das pessoas, o atendente de portaria Miquelson Lima, só conseguiu chegar ao Centro da Cidade, para o trabalho, após pegar uma carona. Funcionário do Hospital Varela Santiago, ele informou que passou mais de duas horas à espera de um ônibus que fosse do bairro Felipe Camarão, onde mora, com destino ao Centro. “Não passou nenhum e agora só vai passar depois do jogo. Tive que pegar uma carona para chegar aqui. Se fosse depender de ônibus, ainda estava lá”, afirmou.
Na avenida Rio Branco, dezenas de pessoas ainda esperavam na parada de ônibus, mas nenhum passou durante os minutos em que a reportagem esteve no local. Na avenida Prudente de Morais, a cena era semelhante. Não havia ônibus na avenida, para preocupação das pessoas que queriam chegar em casa ou encontrar amigos para celebrar o futebol.

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