A greve do transporte público de Natal nos últimos 15 dias não causou apenas dor de cabeça para os trabalhadores. O Seturn afirma que o déficit no número de passageiros transportados resultou em uma perda “irreparável” para as empresas de transporte público – recuperável apenas se a Prefeitura de Natal conceder o reajuste da tarifa, segundo Nilson Queiroga, consultor técnico do sindicato. Nos últimos 15 dias, as empresas falam em uma perda de R$ 6 milhões no mês de junho.
A estimativa é “empírica”, e foi feita pelos empresários em reunião interna do sindicato, realizada ontem. Eles levaram em consideração um dia inteiro “perdido”, como foi ontem, com a frota de 620 ônibus da cidade inteiramente recolhida às garagens. Segundo o sindicato, em um dia comum são contabilizadas 400 mil passagens nos coletivos. O ganho mensal das empresas é de R$ 20 milhões.
O detalhamento de como a greve prejudicou cada empresa e quantas passagens deixaram de ser vendidas deve ser contabilizado pelo sindicato até o final do mês, de acordo com Nilson Queiroga. “Tivemos um prejuízo irrecuperável, principalmente para quem já estava em desequilíbrio econômico. Esperamos sensibilidade agora da prefeitura, para que realmente conceda o reajuste dito à justiça”, ressaltou o consultor.
Apesar de ter acatado, num primeiro momento, o resultado do julgamento do dissídio coletivo, ainda há possibilidade de que o Seturn recorra. O TRT concedeu reajuste salarial de 7,32% e acréscimo de R$ 10 no vale-refeição dos rodoviários. O advogado do Seturn, Augusto Maranhão Filho, afirma que as empresas ainda avaliam o impacto econômico do reajuste.
Ainda não ficou decidido se o sindicato pretende recorrer da decisão, uma vez que o acórdão ainda não foi publicado pelo TRT/RN. “Ainda estamos avaliando se vamos ou não, tudo depende do que for publicado no acórdão”, afirmou. Entretanto, não há acordo com relação ao abono das faltas dos trabalhadores. “Isso já foi decidido pela justiça”, pontuou.
Fonte: Tribuna do Norte