Mossoró: Município quer implantar biometria facial no transporte coletivo

A Prefeitura aguarda o fim do recesso da Câmara Municipal de Mossoró (CCM) para que haja a votação do projeto de implantação de biometria facial dos usuários de transporte coletivo, que tem como um de seus objetivos coibir possíveis fraudes em relação à gratuidade. Outro objetivo é contribuir para a formação de um parâmetro que possa nortear o Município na ideia de subsidiar o transporte coletivo na cidade.
A implantação do sistema consiste no funcionamento de um equipamento, conectado ao validador, que identificará os passageiros, captando suas imagens, aliadas aos dados do seu cartão, atribuindo segurança ao processo.
“A bilhetagem eletrônica já existe, a única coisa que vai mudar nesse sistema atual em relação ao antigo é só um equipamento que vai fazer o reconhecimento facial. É o mesmo sistema de bilhetagem eletrônica, é tanto que vai ser o mesmo cartão, é o mesmo validador, com algumas configurações diferentes e vai ter um equipamento acima desse validador. O que é que acontece é que o usuário faz um recadastramento aqui, com cadastramento da sua face e esse equipamento que dispara 800 fotos por segundo e faz o reconhecimento de todos os pontos da face dele. Então, a jogada de tudo é no cadastramento. Fazendo um cadastramento bem feito, na hora que vai fazer a validação dos pontos da face, o usuário pode estar de boné, de óculos, barbudo, sem cabelo, de todo jeito, que ele reconhece do mesmo jeito”, explicou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Galttieri Tavares.
Após a votação do projeto pela Câmara, o cadastramento será realizado gratuitamente em dois pontos iniciais, sendo eles, a Subsecretaria de Trânsito e Transporte (STT), onde acontecerá o atendimento aos idosos e deficientes, tendo em vista que o prédio obedece aos critérios de acessibilidade, e o Setrans, onde haverá atendimento aos estudantes. A previsão é de que esse processo de cadastro dure em torno de 30 dias.
Diante do cadastro, caso o usuário repasse o seu cartão de gratuidade para alguém, ao cruzar o validador, a imagem da pessoa que está utilizando esse cartão é detectada pelo mecanismo, que não impede a passagem de imediato, mas reporta a informação para o sistema que constata a fraude e decide se bloqueia ou não o cartão na próxima utilização. O desbloqueio é feito mediante o pagamento de uma taxa, que custará cinco vezes o valor da tarifa.
Um dos objetivos é coibir as fraudes, que permitem aos usuários que não se enquadram nos critérios que dão direito à gratuidade a utilização gratuita do transporte coletivo.
“Por que isso? A gente hoje tem quase 50% de gratuidade no sistema de transporte público. Isso não existe em canto nenhum do mundo. Esses dados, geralmente, flutuam em torno de 8% a 9%, estourando 9%”, informou o secretário. Segundo ele, são cerca de seis mil pessoas têm direito à gratuidade no transporte coletivo de Mossoró.
De acordo com Tavares, em decorrência da situação existente, as empresas têm dificuldades de alcançar um equilíbrio financeiro. “Hoje a gente tem uma tarifa aparente de R$ 2,00 que se cobra, mas quando a gente vai fazer um relatório, nos cálculos, não chega a R$ 1,00. Assim, o empresário não consegue alcançar um equilíbrio financeiro, o que deveria ser R$ 2,00 está sendo R$ 1,00. Então, a gente teria que dar aumento para R$ 3,00 para chegar a R$ 1,50. Então é muito difícil, é complicado, não tem quem consiga suportar um sistema desse”, disse ele.
A iniciativa prevê ainda uma reunião com a diretoria do Sindicato do Comércio Varejista (SINDIVAREJO), para orientar também sobre o cadastramento dos funcionários que recebem vales transporte, a fim de impedir a venda dos passes.
Fonte e foto: Gazeta do Oeste

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Pular para o conteúdo