Balanço divulgado nesta sexta-feira, dia 1º de agosto, pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores mostra que o mercado de ônibus está com resultado abaixo das perspectivas menos otimistas.
No acumulado do ano, entre janeiro e julho, foram emplacados 17455 ônibus ante 19949 unidades vendidas em período semelhante de 2013. A queda é de 12,5%. De junho para julho, houve uma reação, com alta de 10,86%. Em junho foram emplacados 2237 ônibus e em julho foram 2480. A alta ainda não foi suficiente para reverter o cenário negativo no comércio de ônibus. Tanto é que na comparação entre julho deste ano (2480 ônibus) e julho de 2013 (3144 ônibus) a queda foi de 21,12%.
Atribuir estes números negativos ao legado insuficiente da Copa é analisar a questão de forma parcial. Há fatores ligados ao mercado de ônibus e outros da macroeconomia que explicam o cenário.
Em relação ao setor, há o peso das indefinições até então sobre a licitação das linhas rodoviárias interestaduais da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, que deixaram os empresários em compasso de espera quanto às renovações em maior número. No mês passado, por uma Medida Provisória, após aprovação na Câmara e no Senado, o Governo Federal desistiu de medir forças com as empresas que eram contra a licitação e não vai mais fazer a concorrência pública. Agora, as linhas serão concedidas separadamente por meio de autorizações. O edital da ANTT previa dividir e licitar o sistema em 54 lotes de 16 grupos.
O efeito das manifestações de junho do ano passado ainda conta também. Por causa dos protestos, boa parte das tarifas em todo o País ficou congelada. Nem todos os sistemas contaram com subsídios para cobrir os aumentos dos custos e mesmos os empresários que tiveram as complementações de receita afirmaram que o dinheiro não era suficiente para bancar as renovações. Alguns também aproveitaram a “oportunidade” e preferiram não investir, mesmo com as verbas.
Além disso, algumas licitações importantes foram paralisadas após as manifestações que exigiam tarifas menores, mais qualidade nos transportes e transparência nas planilhas de custos dos sistemas. O exemplo mais contundente é da Capital Paulista que tem uma frota de aproximadamente 15 mil veículos de transporte coletivo municipal. A licitação ocorreria em 2013, mas após os protestos, foi suspensa, e só deve ser relançada neste ano ao término da auditoria externa feita por R$ 4 milhões pela consultoria Ernest & Young sobre as contas do sistema.
Já em relação à macroeconomia deve-se destacar o baixo crescimento do PIB – Produto nterno Bruto previsto para este ano que reflete o desaquecimento de diversos setores que impactam diretamente na produção e vendas de ônibus. Para reverter o quadro, o Governo Federal toma atitudes pontuais de estímulos, como um reforço nos recursos disponíveis no PSI.
Marcas: O ranking de participação das marcas de ônibus não sofreu alteração de posições. Somente a Mercedes-Benz, de acordo com a Fenabrave, responde por quase metade dos emplacamentos acumulados entre janeiro e julho deste ano.
1º MERCEDES-BENZ – 8.147 ônibus – 46,67% de participação no mercado.
2º VOLKSWAGEN/MAN – 4.201 ônibus – 24,07% de participação no mercado.
3º MARCOPOLO – Volare – 2.828 ônibus – 16,20% de participação no mercado.
4º VOLVO – 943 ônibus – 5,40% de participação no mercado.
5º SCANIA – 532 ônibus – 3,05% de participação no mercado.
6º IVECO – 395 ônibus – 2,26% de participação no mercado.
7º AGRALE – 375 – ônibus – 2,15% de participação no mercado.
Com informações: Canal do Ônibus