Ao divulgar o desempenho econômico do primeiro semestre, a diretoria da Marcopolo, de Caxias do Sul, tornou pública a revisão de suas estimativas de receita para o ano. As novas expectativas são de receita líquida de R$ 3,4 bilhões, recuo de 11%, e produção de 19 mil ônibus, declínio de 9%.
A revisão tem como fator decisivo o mercado doméstico, principal responsável pela queda de 11% da receita líquida no primeiro semestre sobre igual período do ano passado, para R$ 1,56 bilhão. A fabricante de carrocerias de ônibus projeta, agora, produção de 16,5 mil unidades no Brasil, em queda de 8%. No Exterior, foi mantida estimativa de 350 ônibus para a fábrica da África do Sul, mas reduzidos os volumes na Austrália de 500 para 450 e, no México, de 2 mil para 1,7 mil. O total externo caiu 12%, de 2.850 para 2,5 mil unidades. O investimento estimado para o ano é de R$ 130 milhões.
Na composição da receita semestral, o mercado doméstico apurou declínio de 18%, para pouco mais de R$ 1,07 bilhão, representando 68% do total, sete pontos a menos que no mesmo período do ano passado. Já as receitas externas, provenientes das unidades localizadas lá fora e das exportações a partir do Brasil, cresceram 10%, para perto de R$ 494 milhões, participando com 32% do valor total.
A Marcopolo encerrou o semestre com lucro líquido de R$ 104,6 milhões, em queda de 19,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem líquida caiu de 7,4% para 6,7%. Os investimentos somaram R$ 58,6 milhões, recuo de 79% na mesma base de comparação.
Em seu relatório, a diretoria destaca que o mercado doméstico se retraiu especialmente nos modelos rodoviários pesados, situação que se estendeu às exportações em função das restrições impostas pela Argentina. Também influenciaram no resultado as indefinições das linhas interestaduais e as restrições nos repasses das tarifas dos ônibus urbanos.
Para o segundo semestre a expectativa é de cenário mais positivo no segmento de rodoviários pela alteração do regime de concessão para o modelo de autorização das linhas. A diretoria acredita que, a partir da regulamentação, as empresas retomarão a renovação das frotas. Em urbanos. a Marcopolo já percebe movimento de algumas cidades brasileiras no sentido de melhorias no sistema de transporte público urbano.
Fonte: Jornal do Comércio (RS)