De acordo com o morotista Arnaldo Dias, um dos organizadores do protesto, os rodoviários querem uma resposta do Governo em relação a segurança dos trabalhores da categoria. “Se não tivermos uma resposta, na segunda-feira faremos outra paralisação”, afirma Arnaldo. Os motoristas querem uma posição oficial do Governo por meio da Secretaria de Segurança para que os ônibus circulem novamente. Em 2013, os trabalhadores chegaram a ter audiência na Governadoria com o compromissio de uma maior segurança, mas nos últimos meses as ocorrências aumentaram deixando-os expostos ao perigo de assaltos e violência.
Após quase 6h de paralisação, motoristas e cobradores de ônibus encerraram o protesto que começou no início da manhã deste sábado (16) em Natal. O fim da movimentação aconteceu por volta das 13h.
Governo se posiciona: A Secretaria de Segurança Pública do RN divulgou uma nota de esclarecimento à respeito do assassinato do motorista e da paralisação. “A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN) vem a público manifestar, em nome de todo sistema de Segurança, o mais profundo pesar pelo falecimento do motorista de ônibus, Francisco Izaque de Faria, de 37 anos, vitimado durante um assalto na noite desta sexta-feira (15), em Parnamirim”.
Na nota, a Sesed/RN também afirma que será agendada para esta semana uma reunião com todos os órgãos que compõem o sistema de segurança e também transportes urbanos para, e outros segmentos interessados, pra debater medidas para a melhoria do setor de transportes. Esta reunião pretende unir tanto o sistema de gestão Estadual quanto o Municipal.
Nesta segunda-feira será concedida pelo Secretário Eliéser Girão Monteiro, uma entrevista coletiva no Centro de Comando e Controle Regional (Ciccr) para abordar o tema, em horário a definir.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Intermunicipal de Passageiros do Rio Grande do Norte (Setrans/RN), Eudo Laranjeiras, a solução para o problema da violência nos transportes é a implementação da bilhetagem eletrônica. “É necessário uma mudança na legislação, e só quem pode fazê-la são as autoridades. Ou será necessário que ocorram quantas mortes a mais para que se perceba isso?”, afirma Laranjeiras.
O Sindicato aponta que em 2014 já foram registrados mais mil assaltos a ônibus na capital e Grande Natal. Há uma média de 140 casos por mês. “Este tipo de assalto é geralmente feito por pequenos consumidores de drogas e nos ônibus o dinheiro em espécie é um atrativo. Assim, existe a dificuldade de garantir a segurança no ônibus, as câmeras existentes registram mas não evitam as ocorrência. A solução para acabar com o problema existe, mas autoridades precisam abrir os olhos para o problema e enxergar a solução, que é a bilhetagem eletrônica”, explica.