SP: Caio é responsável por 96% das carrocerias de ônibus em operação na cidade de São Paulo

Por onde se olha na cidade de São Paulo, há um ônibus da Caio Induscar, fabricante de Botucatu, no interior paulista. Pertencente ao grupo do empresário José Ruas Vaz, que atua entre participações diretas e sociedades em mais de 60% do maior sistema de ônibus municipal do mundo, que é o da cidade de São Paulo, a predominância da encarroçadora é notória. Mas olhando números oficiais, é possível se impressionar com a participação da fabricante.
De acordo com dados do SPUrbanuss, Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo, as companhias de ônibus (excluindo as cooperativas), têm registrados 8765 ônibus. Deste total, 96%, ou 8399, são veículos encarroçados pela Caio de diversos tipos, passando por micro-ônibus, ônibus convencionais de motor dianteiro, ônibus padron, ônibus de 15 metros e três eixos, ônibus articulados, ônibus superarticulados, ônibus biarticulados.
Frotas de empresas com participação ou controle da família Ruas se destacam com os modelos da Caio. A VIP tem 1863 unidades da Caio e nenhuma de outra encarroçadora, por exemplo.
Mas empresas que não possuem nenhuma participação de Ruas também têm a Caio como maior fornecedora em São Paulo. Veja abaixo:
Chassis: Em relação aos chassis, predominância da Mercedes-Benz. A marca não é quase uma unanimidade como a Caio quando o assunto é carroceria, mas sozinha representa 77% dos 8765 ônibus que circulam na cidade de São Paulo, ou 6771 veículos.
Neste caso, destaque para a figura do segundo maior grupo empresarial de São Paulo, o de Belarmino de Ascenção Marta, a exemplo de Ruas, outro empresário de nacionalidade portuguesa que atua nos transportes da capital paulista desde os anos de 1950/1960. Belarmino é dono da Sambaíba Transportes Urbanos e do Grupo Sambaíba, revendedor e autorizado da marca Mercedes-Benz. A frota de 1289 ônibus da Sambaíba, que atua na zona Norte e centro da cidade é toda de Mercedes-Benz.
A Mercedes corresponde à maior parte da frota por empresa, com exceção da Mobibrasil, companhia da empresária Niege Chaves, de Recife, que possui 144 Volskwagen/MAN contra 122 Mercedes-Benz, além de 50 Scania.
Frotistas atuando como fabricantes e distribuidoras: Muito mais do que uma forma de atender às próprias empresas, a atuação de frotistas nos setores de chassis e carrocerias também garante bons resultados entre outras companhias. Seja pela experiência e destaque no mercado ou até mesmo por uma relação de “boa vizinhança” entre os operadores de ônibus.
Em relação à própria frota, o dono da empresa pode programar suas renovações e, apesar de a fabricante ser uma companhia diferente da viação, havendo uma relação formal de compra e venda, é claro que preços e condições de pagamento saem com diversas vantagens.
Quanto ao mercado em geral, há dois pontos de destaque: As viações do grande empreendedor acabam sendo uma “propaganda viva” para os demais empresários. Além disso, o grupo de viação que controla fabricantes ou revendedores tem a experiência do dia a dia na operação dos transportes, o que significa que os veículos contam com estudos de engenharia e produção, mas incorporam as necessidades e exigências de quem opera ônibus.
A Caio teve a falência decretada em 2000. Mesmo falida, conseguiu ainda despertar a atenção do empresário José Ruas Vaz, que em 2001 criou a empresa Induscar e arrendou a massa falida da Caio. Em 13 de março de 2009 arrematou em leilão definitivamente o parque fabril, os insumos, a tecnologia e a marca Caio, empresa fundada em 1945, pelo imigrante italiano José Massa.
Belarmino de Ascenção Marta atua desde 1982 como representante da Mercedes-Benz. 
Se na área de chassis e carrocerias há a participação de empresários de ônibus, na de tecnologia de transportes também. É o caso da Eletra, fabricantes de tecnologias não poluentes para ônibus, como sistemas para trólebus, ônibus elétricos-híbridos e que testa com a Mitsubishi um ônibus elétrico que depende apenas de baterias para se movimentar, o E-bus. A empresa está no mercado há mais de 30 anos e tem como controladora a família Setti & Braga, que atua há mais de 100 anos nos transportes do ABC Paulista, antes mesmo da existência dos ônibus na região.
Entre as companhias da família estão a Metra, que opera no Corredor São Mateus/Jabaquara de ônibus e trólebus, a SBCTrans, única operadora da cidade de São Bernardo do Campo e a Auto Viação ABC, empresa intermunicipal que liga diferentes cidades do ABC.
Os trólebus novos adquiridos pela Ambiental Transportes, de José Ruas Vaz, são de tecnologia da Eletra. Todos possuem carrocerias da Caio.
Fonte e imagens: Ônibus Brasil

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