Perspectivas para o mercado de ônibus rodoviário

Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o mercado de ônibus apresenta queda de 15,3% nos sete primeiros meses deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. Enquanto de janeiro a julho de 2013 foram vendidos 18 398 chassis de ônibus, no mesmo período de 2014, o número caiu para 15 587 unidades.
Em recente encontro com jornalistas do setor de transportes, o diretor de vendas da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa, fez a seguintes análises dos diferentes segmentos do mercado, e as de maior relevância estão no de ônibus rodoviário.
Segundo o executivo, o segmento que apresentou maior queda foi o de ônibus rodoviários (no qual os fabricantes incluem os modelos para fretamento), com redução de 26% nas vendas, seguido pelo escolar (18%), micro (13%) e urbano (3%).
O setor rodoviário representa de 15% a 16% das vendas de ônibus, sendo o urbano com maior participação (40%), seguido do escolar (30%) e micro (15%), porém, os rodoviários são modelos com maior valor agregado, portanto, mais caros e com maior margem de lucro para quem fabrica.
Apesar de apresentarem maior queda, o segmento rodoviário tem boas perspectivas para o próximo ano, pois o governo federal decidiu mudar a forma de concessão para as empresas que atuam no transporte rodoviário de passageiros que não precisarão mais participar de licitações, mas sim, passarão a contar com autorizações, como ocorre no transporte aéreo de passageiros.
Muitas empresas estavam esperando essa decisão para pode renovar ou ampliar suas frotas. O que o setor está aguardando agora é a regulamentação técnica, ou seja, sobre a configuração dos ônibus para atender as linhas interestaduais. Walter Barbosa acredita que a regulamentação vai considerar mais o lado do passageiro, exigindo mais conforto e segurança dos ônibus. No modelo de concessão antigo, considerava-se mais o baixo custo.
A frota de ônibus rodoviário no Brasil está em torno de 14 200 unidades, com idade média de 9,2 anos que precisa ser baixada para, no mínimo, cinco anos. Isso significa fazer a renovação de pelo menos 8 000 ônibus pelo período dos próximos cinco anos, avalia o diretor de vendas da Mercedes-Benz.

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