SE: Começam os protestos contra o reajuste na tarifa de ônibus em Aracaju

Centenas de usuários do transporte coletivo da Grande Aracaju participaram de mais uma mobilização geral contra o reajuste da passagem de ônibus que saltou de R$ 2,35, para R$ 2,70. Concentrados em pontos estratégicos, os manifestantes criticaram o prefeito João Alves Filho (DEM) e os 12 vereadores que aprovaram e ajudaram a sancionar a lei que estabelecia o reajuste de 14,9%, se comparado ao mesmo aumento do ano passado. Concentrados na Praça Fausto Cardoso e no Calçadão da 13 de Julho, os manifestantes ocuparam as ruas e avenidas, e voltaram a causar transtornos. A meta dos passageiros é exigir a redução da tarifa, considerada abusiva.
Em passeata, cerca de 250 pessoas seguiram pelas principais ruas do Centro com direção ao Terminal de Integração. Coordenado pelos movimentos ‘Não Pago’ e ‘Levante Popular’, o grupo recebeu o apoio de lojistas, motoristas e cobradores de ônibus, e passageiros que estavam nos abrigos de ônibus esperando os veículos que demoravam a chegar. Passava das 18h quando os manifestantes se aproximaram do terminal e foram recebidos com truculência por parte de 40 agentes da Guarda Municipal de Aracaju (GMA). Armados com sprays de pimenta, teases (arma de choque), e armas de bala de borracha, os guardas agrediram fisicamente estudantes e trabalhadores que tentaram entrar no terminal.
Comandados pelo coronel Enilson Aragão, o efetivo estava formado em filas e dispostos a entrar em conflito com os manifestantes, caso fosse necessário. E foi. Por mais de três oportunidades guardas e populares protagonizaram cenas de violência explícita. Impedidos de acesso ao terminal, como estava previsto no roteiro, representantes dos movimentos criaram uma barreira de fogo ao incendiar lixos, restos de madeira e papelões. De acordo com Flávio Marcel, coordenador do Não Pago, a meta dos populares não era entrar em conflito com os agentes da GMA, mas a recepção truculenta promovida na área do terminal contribuiu para que os ânimos dos manifestantes fossem ‘aflorados’.
“Caminhamos quase o centro todo e não houve nenhum registro de vandalismo nem briga. Ouve desordem no trânsito porque estávamos em marcha, mas não teve nenhum clima de insegurança. Estava tudo em ordem até que os agentes vieram pra cima da gente pra bater mesmo. Vocês fizeram registros de pessoas sendo arrastadas pelos guardas que acham que são policiais. Aliás, a Guarda Municipal de João está muito mais violenta que a polícia de Maurício Yunes. A GMA não está preparada para esse tipo de conduta publica”, afirmou. Diante dos transtornos causados, agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) foram acionados para tentar reorganizar o fluxo de veículos.
Conforme criticado pelos usuários do transporte público da capital sergipana, o preço reajustado é incompatível com a qualidade do serviço que é fornecido ao longo dos últimos dois anos. Com 516 veículos rodando todos os dias, parte deles sucateada, 80% dos pontos de ônibus são pré-históricos e a falta de segurança nos terminais de integração é frequente. Segundo a estudante universitária Mariane Santana, é imprescindível que o prefeito reavalie as condutas públicas adotadas e comece a administrar para o povo aracajuano. “Se um dia ele fez algo de bom para essa cidade, hoje ele só faz besteira, pra não dizer outra coisa. Estamos diante de um fracasso municipal. João, o que é que você está fazendo com a nossa cidade?”, indagou.
Após os embates registrados com a GMA, os manifestantes seguiram novamente para a Praça Fausto Cardoso onde realizaram uma plenária. O debate teve como objetivo idealizar novos atos públicos. Conforme acordado, este ano não será realizada mais nenhuma caminhada. A perspectiva é que panfletagens sejam promovidas nos principais pontos da cidade. “Queremos conscientizar a população, seja ela a que usa ou não o transporte coletivo, para que possa se unir à nossa reivindicação. O que João e os demais vereadores estão fazendo conosco é desleal. Se esse ano acabou desse jeito, 2015 vai ser pior. Não é assim que João Alves quer? Então assim será. Povo na rua para lutar pelos direitos coletivos”, afirmou o auxiliar de serviços gerais, Elder dos Santos.
Fonte e foto: Jornal do Dia Sergipe

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