Revitalização da rede depende de edital de licitação do transporte urbano, diz STTU

Procurada para comentar o resultado da pesquisa que mostra que 70% dos entrevistados estão “insatisfeitos” ou “muito insatisfeitos” com o transporte público natalense, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) afirmou que melhorias no sistema de transportes dependem de convênios com o Governo Federal ou do próprio edital de licitação do transporte público, que ainda está em elaboração. De acordo com a Secretária Municipal de Mobilidade, Elequicina dos Santos, o projeto ainda depende de aprovação de projeto de lei na Câmara Municipal de Natal.
As primeiras propostas apresentadas à população na semana passada traziam melhorias na estrutura dos ônibus: frota com até cinco anos de uso, ônibus de piso baixo e com ar-condicionado são algumas das exigências do processo licitatório. Outro item que vai contar é a manutenção de abrigos de ônibus.
Segundo Elequicina, algumas melhorias dependem da licitação do transporte. “A STTU já articulou verbalmente com a Semov (Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura) para que a pavimentação dos principais corredores da nova rede seja feita. Mas ainda estamos finalizando a rede”, exemplificou.
O Município aprovou de R$ 14 milhões para construção de 1052 abrigos de ônibus na cidade. O projeto aguarda aval da Caixa Econômica Federal. A STTU também aguarda a abertura do orçamento municipal para revitalizar 35 abrigos. Outro investimento seria a criação de faixas exclusivas e semi-exclusivas e o BRT (Bus Rapid Transit).  “Se você não der prioridade ao ônibus na via, nunca vai melhorar a qualidade”, acrescenta Elequicina.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal, atribui a qualidade do serviço oferecido à falta de investimento na rede. Segundo Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn, a desafagem da tarifa impede a renovação da frota, por exemplo. De acordo com ele, se considerados todos os  critérios requeridos na licitação, o valor da passagem “não ficaria abaixo de R$ 3”. “Mas pode dar o aumento que for, se a Prefeitura não melhorar o trânsito, não vai melhorar o sistema”, asseverou.
Frequência, lotação, qualidade das paradas de ônibus, segurança e confiabilidade são apenas cinco dos itens com maior reprovação entre os usuários do transporte público da capital. Estudo inédito realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte com 1067 estudantes avaliou, durante três meses, a percepção da população sobre o serviço oferecido. A pesquisa mostra que 70% dos entrevistados estão “insatisfeitos” ou “muito insatisfeitos” com os 12 tópicos citados.

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