Os credores das seis empresas do Grupo Itapemirim, que estão em recuperação judicial, têm o prazo de dez dias para impugnar a relação das dívidas reconhecidas. No edital, o total de dividas do conglomerado caiu de R$ 336,49 milhões para R$ 173,16 milhões – além de mais US$ 15,99 milhões de dívida em moeda estrangeira. Os interessados poderão questionar seus créditos diretamente na 13ª Vara Cível Especializada Empresarial, onde tramita a ação de recuperação judicial.
O pedido de recuperação envolve as empresas Viação Itapemirim S/A, Transportadora Itapemirim S/A, ITA – Itapemirim Transportes S/A, Imobiliária Branca Ltda, Cola Comercial e Distribuidora Ltda e Flexa S/A – Turismo Comércio e Indústria, todas pertencente ao ex-deputado federal Camilo Cola (PMDB). Durante a recuperação judicial, fica suspenso qualquer tipo de protesto às empresas que vão continuar atuando no mercado. A medida garante ainda a continuidade da exploração do serviço de transporte de passageiros até 2023.
Na ação, o grupo econômico, administrado hoje pelo filho do ex-parlamentar, Camilo Cola Filho – narra dificuldades após mais de 60 anos de fundação da empresa que deu origem a Viação Itapemirim, que já foi a maior do País no transporte rodoviário de passageiros. A empresa sustenta que as atividades do grupo são “hipersensíveis às flutuações de mercado, o que afeta diretamente suas finanças”. O processo de recuperação judicial não incluiu a empresa Viação Kaissara, que anunciou ter adquirido 40% da frota de veículos da Itapemirim no segundo semestre do ano passado.
Em abril do ano passado, a ANTT autorizou a transferência dos serviços entre a Viação Itapemirim e a Viação Caiçara. Ao todo, cerca de 70 rotas foram repassadas à nova empresa. A Kaissara usa ônibus na cor amarela, semelhante à tradicionalmente utilizada nos ônibus da Itapemirim.