Não há transporte público de qualidade sem a participação do poder público, dizem especialistas em evento mobilidade

Para os transportes coletivos serem prestados de maneira eficiente para a população, é necessária a colaboração de todos: sociedade em geral, transportadores e principalmente, do poder público.
Essa é a conclusão de especialistas e autoridades que participaram da abertura de um seminário nacional de mobilidade promovido pela NTU – Associação Nacional dos Transportes Urbanos, que começou na terça-feira, 23 de agosto de 2016, em Brasília.

Na abertura do evento, o presidente da entidade que reúne em torno de 500 empresas de ônibus de todo país, Otávio Cunha, disse que não há como pensar em transporte público de qualidade sem financiamento.
“Não adianta nada discutir transporte público de qualidade sem recursos, e para isso, é fundamental a participação dos governos” – disse, segundo nota da associação.
A opinião foi compartilhada por autoridades como Ministro das Cidades, Bruno Araújo, e do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, além de especialistas que estiveram presente.
Segundo Bruno Araújo, hoje a realidade das cidades mostra que investimentos em mobilidade urbana precisam de aportes do Tesouro Nacional, sem os quais, é impossível realizar intervenções mais estruturais, como metrô e corredores de ônibus de alta demanda.
O presidente da NTU divulgou uma pesquisa realizada pela entidade com parlamentares de diversas esferas, gestores públicos e especialistas sobre a relação entre financiamento e qualidade dos transportes.
De acordo com a pesquisa “Transporte Público como Direito Social – e Agora?”, 86,1% dos parlamentares e 83% dos demais influenciadores ouvidos acreditam que o Poder Público deve participar do custeio dos transportes públicos.
O dirigente empresarial disse que o setor de transportes “não pode perder as desonerações conquistadas e que, se isso acontecer, esse custo terá que ser repassado às tarifas, sobrecarregando 37 milhões de pessoas que utilizam o transporte público diariamente”.
Otávio Cunha ainda defendeu a criação de recursos para que as tarifas de ônibus, trem e metrô sejam mais baratas.
“Estamos falando de um fundo para subsidiar o transporte público, já que agora é considerado direito social, com base na proposta da Emenda Constitucional nº 90”, afirmou Cunha.
Segundo Cunha, a perda de passageiros de em torno de 9% entre 2014 e 2015, por causa do cenário econômico e da falta de investimentos em mobilidade urbana, tem influência direta no preço da passagem, isso porque são menos pessoas para custear os serviços de transportes que hoje, na maior parte do país, contam apenas como a principal fonte de receita as tarifas que bancam inclusive gratuidades e outros benefícios.

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