Comil Ônibus demite 850 funcionários em Erechim

No que a empresa está chamando de processo de adequação de estrutura de modo a ajustar suas atividades à nova realidade do mercado, a Comil Ônibus demitiu, nesta quinta-feira, aproximadamente 850 funcionários da sua planta em Erechim. Em comunicado, a companhia diz que, a partir desta sexta-feira, será retomada a produção de ônibus em meio turno, com o retorno dos funcionários em jornada de trabalho reduzida, das 7h20min às 12h35min, com 15 minutos de intervalo.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, Fábio Adamczuk, comenta que o número de desligamentos não foi uma surpresa, mas sim o fato da Comil não ter feito uma negociação prévia ou estabelecido um programa de demissão voluntária. “Quando os funcionários entraram na fábrica, foram para os seus setores e divididos em dois grupos, os que permanecerão e os que foram demitidos”, detalha o dirigente.
As demissões ocorreram pela manhã, quando os empregados do turno do dia voltaram ao trabalho depois de uma licença remunerada de três dias. Antes da entrada para o serviço, na rua, em frente à fábrica, os dirigentes do sindicato informaram sobre a proposta que havia sido encaminhada pela empresa: pagamento das rescisões em 24 vezes, com parcelas de, no mínimo, um salário-mínimo por mês.
Adamczuk destaca que os desligamentos terão uma repercussão enorme na região, com impactos também no comércio e nos fornecedores e prestadores de serviços da Comil. O dirigente adianta que o assunto será debatido ainda com o Ministério Público do Trabalho, e o sindicato convocou uma assembleia para segunda-feira para discutir a situação com os demitidos. De acordo com Adamczuk, restaram trabalhando na unidade cerca de 950 pessoas.
Em nota, a Comil enfatiza que a medida tomada “é resultado da grave crise que o Brasil está enfrentando, com grande impacto no mercado de ônibus, que teve uma queda de mais de 60% nos últimos três anos”. Além disso, o grupo ressalta que “lamenta se somar a outras empresas que, diante deste cenário, também realizaram demissões, mas como não há condições de se manter o atual efetivo de pessoal, oficializou a reestruturação. Já na próxima semana, a empresa iniciará um trabalho de suporte na recolocação para todos aqueles que desejarem”.
O Sindicato dos Metalúrgicos questiona a alegação da Comil de que as demissões foram provocadas somente pela crise econômica. A entidade cita dados que mostram que a Marcopolo, grupo do mesmo setor, apresentou um crescimento de 16% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Fonte: Jornal do Comércio

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