O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, que antes de definir o novo valor da tarifa de ônibus municipais deve rever gratuidades, como as concedidas para idosos acima de 60 anos e a segunda tarifa integrada que não é cobrada dos passageiros.
Dependendo da análise de técnicos da prefeitura, com a participação Popular por meio da internet, a tarifa pode aumentar em proporções maiores ou menores.
A declaração foi feita durante o evento PG Pergunta na terça-feira.
Segundo Nelson Marchezan, atualmente 13% dos passageiros em Porto Alegre utilizam a segunda tarifa gratuita. O prefeito não descarta a possibilidade de extinguir o benefício para que a tarifa básica suba menos e futuramente fique mais barata.
“A gente tem hoje 13% dos usuários que utilizam a segunda passagem. Destes, 64% usam através do VT (vale-transporte), e quem paga é o empresário. Então 4% dos usuários têm que pagar do seu bolso a segunda passagem”.
O que pode ser uma alternativa para Porto Alegre, não necessariamente pode funcionar em outras cidades. Na capital paulista, por exemplo, de acordo com dados da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, quase metade dos 6 milhões de passageiros diários usa algum tipo de integração pela qual a viagem é feita em mais de um veículo por sentido. Já 37% se referem à integração entre o sistema de ônibus da SPTrans e trilhos (CPTM e Metrô).
Além disso, a extinção de tarifa integrada pode inviabilizar a reformulação das linhas e do sistema de transportes. O desenho de um novo sistema teria como resultado evitar sobreposições (diversas linhas servindo os mesmo locais em grande parte dos trajetos)e deixar linhas mais curtas, mas que se complementam na origem destino da maior parte dos passageiros.
As empresas de ônibus de Porto Alegre, reunidas na ATP – Associação dos Transportadores de Passageiros, dizem ser favoráveis à discussão sobre isenções tarifárias, mas destaca a gratuidade para os idosos.
Pelo Estatuto do Idoso, pessoas com 65 anos ou mais têm direito à tarifa zero no transporte público em todo o país. Abaixo desta idade, cada município ou estado, no caso do transporte Metropolitano pode ter sua decisão.
“O número de passageiros cai ano a ano, mas o preço das passagens não segue no mesmo ritmo e os benefícios nunca são modificados. Tem idoso com aposentadoria de R$ 20 mil que não paga, porque não precisa, o valor da tarifa. Isso tem de ser discutido” disse o assessor jurídico da ATP, Alceu Machado, ao jornal Zero Hora.
Fonte: Diário do Transporte