A Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) apresentará, em reunião ordinária do Conselho Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (CMTMU) na próxima quinta-feira (30), a análise técnica da proposta feita pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Natal (Seturn) quanto ao reajuste da tarifa de ônibus na capital. As empresas solicitam majoração de 17%, o que ocasionaria o aumento dos atuais R$ 2,90 para R$ 3,40. O Seturn espera que, durante a reunião, a STTU defina o novo valor.
Procurada, a secretária de mobilidade, Elequicina dos Santos, informou à reportagem que não há conclusões sobre os estudos nem previsões de quando o novo valor seria divulgado. No entanto, em ofício de número 271/2017- STTU, assinado pelo secretário-adjunto Walter Pedro da Silva, consta o dia 30 de março como a data para a reunião do CMTMU, bem como a apresentação da análise técnica como pauta do encontro do Conselho. Uma vez confirmada a definição da nova tarifa de ônibus, a proposta segue para aprovação do prefeito Carlos Eduardo Alves.
Como justificativa para o pedido de reajuste, as empresas têm com base três pontos: os gastos com combustível, diminuição na demanda de passageiros e o aumento dos custos trabalhistas. Este último, aliás, já poderá impactar os cofres das empresas nos próximos meses, devido a iminência da data-base para reajuste sobre os salários dos rodoviários, em 1º de maio.
“Esperamos que a STTU coloque, nesse estudo, a data-base deste ano. O salário dos motoristas representa 45% de toda a tarifa, isso tem que ser contemplado”, explica Nilson Queiroga, consultor técnico do Seturn. Ao considerar este fator, que não foi incluído para os cálculos na proposta feita pelo Seturn em janeiro, o aumento real seria de 0,60 centavos e a tarifa deveria ser no valor de R$ 3,50.
Queiroga defende que a STTU também apresente propostas de subsídios para a tarifa, medida que já é adotada, segundo ele, em 21 cidades brasileiras, e que seria uma alternativa para diminuir o impacto do reajuste no bolso do usuário. “Além da recessão e das perdas de receitas com as fraudes, há diminuição dos passageiros transportados a cada aumento na tarifa. Se continuar assim, o serviço vai ficar mais caro e inviabilizado”, alerta.
O Seturn defende que a tarifa atual, de R$ 2,90, está defasada e não cobre os custos atuais. Além disso, o reajuste tarifário tem o objetivo de restabelecer o equilíbrio econômico das empresas, e não representa possibilidades de novos investimentos, como a aquisição de novos ônibus à frota.
Fonte: Tribuna do Norte