O número de ônibus incendiados no país não para de crescer. De janeiro a 19 de setembro de 2017, 312 coletivos já foram queimados criminalmente. A quantidade já é maior do que os 262 registrados durante todo o ano passado.
As empresas levam até quatro meses para substituir um ônibus queimado e o custo para a reposição é incluído no preço das tarifas. Ou seja, no final das contas, quem paga a conta é a própria população.
A pena para quem comete esse tipo de crime é de dois a quatro anos, mas, conforme apurou a TV Globo, ninguém foi preso até hoje. E olha que casos não faltam. Desde 2004, 2080 ônibus foram queimados no Brasil.
Cada ônibus leva, em média, 500 passageiros por dia, de acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). O índice leva à constatação de que quase 160 mil vagas em coletivos foram perdidas com os incêndios.
Além do prejuízo no atendimento a quem depende do transporte público, o fogo em ônibus ainda traz o risco de acidentes. Vinte pessoas, entre passageiros e funcionários de cooperativas, já morreram em ataques a veículos. Sem falar nos que ficaram feridos.
Pelas contas das empresas, o estado de São Paulo concentra o maior número de crimes do tipo dos últimos 14 anos: 661. Mas é o Rio de Janeiro que, em 2017, contabiliza mais ataques a coletivos: 77. Quase 50 só na capital fluminense.
Os casos, porém, não acontecem apenas no eixo Rio-São Paulo. Na Bahia, por exemplo, 20 ônibus foram queimados por criminosos este ano – 14 em Salvador. Em Minas Gerais, foram outros 46 – 20 em Belo Horizonte.
As empresas de ônibus dizem que os casos aumentam quando há protestos nas cidades, e cobram punição aos incendiários. “Não temos nenhum caso de punição. Temos os acidentados que sofreram com isso, as empresas que ficaram com o prejuízo e os usuários do transporte que efetivamente tiveram reduzida a oferta de serviço”, critica Otávio Cunha, presidente executivo da NTU.
G1