“Fenatran da retomada”. A expressão foi repetida diversas vezes durante a cerimônia de abertura da Fenatran – 21º Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Cargas, que ocorre em São Paulo, desde ontem (16) até a próxima sexta-feira (20). Os fabricantes de veículos e os transportadores estão otimistas e apostam na retomada do crescimento econômico.
“A palavra de ordem é otimismo. A última Fenatran, em 2015, ocorreu no auge da crise. Ainda não sabíamos a profundidade dela. Mas agora estamos mudando essa realidade. É claro que em um patamar bem abaixo, mas em três ou quatro anos vamos reverter esse cenário”, avaliou o presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, que participou da abertura do evento e visitou os estandes das montadoras.
Clésio Andrade elogiou a “pujança da feira” e a quantidade dos veículos e dos expositores. No total, 350 marcas estão expostas nesta edição da Fenatran. Cerca de 60 mil visitantes são esperados no Expo SP. Para o presidente da CNT, os números demonstram que os investidores nacionais estão mais animados para injetarem recursos no setor, o que também acaba atraindo investimentos estrangeiros para o país.
“Temos que considerar que o governo vem acertando na política econômica, com medidas como o controle do teto dos gastos, que preparam o país para entrar em um círculo virtuoso nos próximos 20 anos. A terceirização e a reforma trabalhista também foram importantes. Acreditamos ainda na aprovação das reformas tributária e da Previdência. Fica claro que estamos retomando o crescimento econômico”, observou.
Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Megale, as montadoras nunca deixaram de acreditar no país. Segundo ele, ainda que a produção de caminhões esteja em um patamar baixo, com cerca de 59 mil unidades fabricadas entre janeiro e setembro deste ano, o país passa por um momento de mudanças. “As medidas de combate à inflação e aos desperdícios, assim como o fato de a economia passar a caminhar dissociada da política já demonstram que os indicadores econômicos estão voltando aos patamares anteriores.
Quando a economia anda, as vendas crescem. Sem caminhão, esse país para”, ressaltou. Ele lembrou a estimativa da associação de chegar a 101,5 mil caminhões e ônibus produzidos até o fim deste ano, assim como o licenciamento de 64 mil veículos.
“Se em 2015, a Fenatran mostrou que o país estava na UTI, hoje revela que saiu. A queda da inflação e dos juros, assim como a tímida retomada dos empregos, demonstram aumento da confiança, o que gera o cenário positivo que estamos vendo”, afirmou o presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), José Hélio Fernandes. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que também participou da abertura do evento, ressaltou a importância de um ambiente de segurança jurídica para a retomada dos indicadores econômicos.
Novidades
A cobertura completa da Fenatran, com informações sobre os lançamentos das montadoras para este ano, pode ser conferida na próxima edição da Revista CNT Transporte Atual. Entre as principais novidades, estão caminhões autônomos e elétricos, veículos off road voltados para o agronegócio, além de um boné com sistema antissono, que mantém motoristas em estado de alerta quando sinais de cansaço começam a surgir durante a direção.
CNT
Fotos: Evie Gonçalves