De acordo com informações repassadas pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários de Mossoró (SINTROM), a empresa Cidade do Sol estaria se preparando para sair de Mossoró, devido os constantes prejuízos que vem tendo com o transporte público da cidade. A empresa atua há mais de um ano no transporte público de Mossoró.
O presidente do Sintrom, Francisco de Assis Medeiros, informou que recebeu o proprietário e o gerente da empresa Cidade do Sol em uma reunião, na qual foi informado sobre a decisão de retirada dos serviços. Segundo ele, três grandes problemas são os responsáveis pelos prejuízos que a empresa tem com o transporte coletivo urbano de Mossoró.
“Três coisas são fundamentais para que a empresa venha tendo esse prejuízo todo em Mossoró. A principal delas é a clandestinidade dos táxis e, consequentemente, a falta de fiscalização deles. Outro ponto que pesa bastante para esse prejuízo é o fato de 42% dos usuários de ônibus de Mossoró terem direito à gratuidade no transporte. O último ponto é o baixo valor da taxa cobrada aos usuários, sendo que os custos com os funcionários e manutenção dos veículos são altos”, contou Francisco de Assis.
Ele informou ainda que, atualmente, Mossoró possui 13 linhas de ônibus, mas apenas duas (Nova Vida e Vingt Rosado) conseguem ter algum lucro. As demais têm bastante prejuízo, incluindo as que foram criadas recentemente para atender à população da Maisa e da Nova Mossoró. “Vale lembrar também que são os estudantes que mantêm o transporte coletivo de Mossoró funcionando e que serão eles os mais prejudicados com a saída da empresa de Mossoró”, complementou.
Sobre a tarifa cobrada aos usuários, que atualmente é de R$ 2,95, o presidente do Sintrom informou que é baixa e que deveria ter sido reajustada em junho. Segundo ele, o preço adequado para cobrir as despesas deveria ser em torno de R$ 3,30 por passagem. “Desde junho era para ter feito reajuste de tarifa. A empresa teve aumento nas despesas, aumentou salário dos funcionários, aumentaram as linhas e nada de reajuste”, contou o sindicalista.
A concorrência com os táxis que fazem lotação e, principalmente, com os clandestinos é um agravante para que o transporte público de Mossoró não se desenvolva como a empresa espera. “A cada táxi cadastrado que circula em Mossoró, existem 10 que fazem a linha clandestinamente. É uma concorrência desleal com os ônibus e não existe fiscalização para evitar isso”, contou.
Mesmo com o preço da tarifa ser considerado baixo para cobrir os custos e existir uma concorrência desleal com os táxis clandestinos, Francisco de Assis informou que o prejuízo maior da empresa se dá devido ao grande número de passageiros gratuitos. Segundo ele, além de idosos e deficientes físicos, os acompanhantes deles também têm direito à gratuidade nos ônibus.
“São 42% dos usuários que não pagam pelo transporte público em Mossoró, ou seja, um número muito alto. Além dessa quantidade de pessoas que não pagam, também existe a venda ilegal do passe gratuito, em que o deficiente que possui o cartão de gratuidade vende a passagem a um preço menor do que a tarifa fixa do ônibus”, explicou Francisco de Assis Medeiros.
Atualmente, cerca de 70 funcionários possuem vínculo com a empresa Cidade do Sol. Apesar da possibilidade de sair de Mossoró, Francisco de Assis informou que a empresa está cumprindo com os contratos dos motoristas e pagando todos os direitos dos trabalhadores. “O proprietário da empresa informou que está cumprindo o pagamento do 13° salário dos funcionários e de todos os direitos deles. Ele disse também que pretende encerrar as atividades o mais rápido possível”, finalizou.
DeFato.com