Ilustração/UNIBUS RN |
A mobilidade urbana é uma agenda prioritária no país. Motoristas, ciclistas, motociclistas, usuários do transporte coletivo e pedestres, a trabalho ou no lazer, estamos em constante movimento, mas nem sempre com a fluidez que gostaríamos. O Brasil se tornou rapidamente urbano: 88,4% da população reside nas cidades. As frotas de veículos se multiplicaram ao longo dos anos. Algo em torno de 400% em duas décadas. Porém, a estrutura de mobilidade não foi minimamente adequada para fazer frente a essa expansão.
Hoje, um dos nossos grandes desafios como gestores públicos, é inverter essa lógica. Fazer com que as pessoas gastem menos tempo ao saírem de casa e no retorno, que tenham um trânsito mais seguro. Entendemos que trabalhar em parceria é o melhor caminho para construir soluções. Nesse sentido, o Ministério das Cidades está incentivando os municípios com mais de 20 mil habitantes a elaborarem os Planos de Mobilidade Urbana. Uma ferramenta fundamental para o planejamento e que otimizará os deslocamentos diários. Os Planos de Mobilidade Urbana são bons para as cidades. E bons para a população.
Uma de nossas preocupações tem sido garantir o aporte necessário aos interessados na elaboração desses estudos, capacitando-os e disponibilizando metodologia simplificada. Todas essas ações corroboram as diretrizes da Política? Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Para nós, mobilidade urbana não é algo isolado. Com a estabilização demográfica, o planejamento urbano e a continuidade dos investimentos, a médio e longo prazos, esses problemas podem ser atenuados. Mas ainda persistirão.
O trabalho conjunto com o executivo federal e os entes federados é essencial. Especialmente nas regiões metropolitanas, onde milhares de pessoas se deslocam de um município para outro para trabalhar ou estudar.Por isso, os sistemas de trânsito devem ser planejados e executados como uma política conjunta, integrada e complementar. Hoje, a nossa frota total de veículos chega a quase 100 milhões. Em 1998, eram 24,3 milhões. Um cenário que demanda a concepção de uma mobilidade urbana sustentável.
A sociedade tem feito sua parte. Utilizando novas tecnologias, como aplicativos de compartilhamento e de caronas. No trânsito, vislumbramos um contexto mais humanizado. Resultado das inúmeras campanhas de conscientização que se traduzem em atitudes cidadãs. Como o respeito aos limites de velocidade das vias, o respeito aos espaços de pedestres e ciclistas, o cumprimento da Lei Seca e a não utilização do celular ao dirigir.
A indústria também faz sua parte. Uma tendência inevitável é a expansão da demanda e da fabricação de veículos menos poluentes, como os elétricos. Queremos que as pessoas vivam bem nos lugares onde escolheram para viver: nas cidades. Que continuem a ter as melhores expectativas e as melhores oportunidades de criar seus filhos, com qualidade de vida e um futuro promissor.
Correio Braziliense