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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo |
Recém-chegada a Curitiba, a nova categoria de viagens compartilhadas do Uber, a Juntos, tem causado polêmica. Apesar de trazer um alívio considerável aos bolsos dos passageiros – o preço é, em média, 35% mais em conta que o Uber X, a categoria mais usada hoje -, motoristas não só têm insistido que a nova opção não deve ter futuro próspero como já criaram um abaixo-assinado para barrar o serviço na capital. A justificativa é de que o compartilhamento poderia deixar ainda mais evidente os problemas de segurança de quem usa o aplicativo.
“Nós motoristas do aplicativo Uber não queremos receber chamadas do Uber Juntos, pois nós nos sentimos mais vulneráveis com relação à nossa segurança e até mesmo aos demais passageiros. Estamos pedindo que está modalidade seja desativada em Curitiba e Região Metropolitana [sic]”, traz o texto do abaixo-assinado, disponível em uma plataforma on-line desde a semana passada e que somavam 315 assinaturas até o fim da manhã desta quarta (28).
O Uber Juntos, que, na prática, é o uso do Uber X em viagens compartilhadas, começou a operar em Curitiba no dia 7 de novembro. Até terça (27), quase 100% dos cadastros da capital já tinham o serviço disponível – mas não foi aprovado muitos motoristas.“A nossa taxa cai pela metade, não entra na tarifa dinâmica, mas o que mais é difícil para os motoristas, e também para o passageiro, é que você não sabe quem vai entrar mais para frente no carro”, ressalta Arnaldo Milki, representante dos motoristas de Uber em Curitiba.
A reclamação de Milki e de vários outros motoristas que trabalham em Curitiba e Região Metropolitana diz respeito a uma das principais características do serviço, que é o compartilhamento de viagem entre pessoas que não se conhecem. A cada trajeto, o motorista pode atender até dois passageiros distintos que seguem para uma mesma direção da cidade, mas cada um dos passageiros pode levar ainda um acompanhante, conforme a capacidade do veículo em deslocamento. “E tem outro ponto é que as pessoas não vão para o mesmo lugar, mas para uma região, então a viagem demora sempre mais”, observa Milki.
A Uber, no entanto, nega que a nova modalidade de viagens da companhia tenha todos esses transtornos. Em nota, a empresa ressaltou que o Uber Juntos possui as mesmas camadas de segurança que outras categorias, o que inclui compartilhamento de trajeto, ferramenta para ligar para a polícia direto do app e registro de todas as viagens por GPS. “A Uber considera a segurança como prioridade e entendemos que a tecnologia pode diminuir riscos e tornar cada viagem mais segura, não importando a modalidade escolhida”, traz a nota da empresa.
Quer viajar de Uber Juntos e ficou na dúvida? Veja alguns prós e contras:
SIM
É mais barato
De acordo com a própria plataforma, o Uber Juntos custa, em média, 35% menos que o UberX, modalidade até hoje mais barata do serviço. Em uma simulação feita pela reportagem às 14h desta quarta-feira (28), o preço de uma viagem entre as praças Santos Andrade, no Centro, e do Japão, entre o Batel e o Água Verde, era de R$ 6,70 com o Uber Juntos; R$ 10,81 com o UberX, e R$ 16,23 com o Uber Select.
Você pode viajar sozinho
Se você entrar em uma corrida pelo Uber Juntos e ninguém mais solicitar uma viagem que possa ser feita pelo mesmo motorista que o seu, você, provavelmente, irá viajar sozinho e sem pagar um centavo a mais pelo serviço.
Meio ambiente e trânsito agradecem
Mais pessoas no trânsito em menos carros significa, é claro, menos impacto para o meio ambiente. Levando em conta que a modalidade está disponível em quase todos os horários, inclusive os de pico, isso também pode ajudar a desafogar o tráfego intenso da cidade nestes períodos.
NÃO
Demora mais
Para atrasados, essa definitivamente não é a melhor opção. Nem sempre você vai ser o primeiro a descer, o que significa que a viagem pode ser direcionada para outro endereço antes. E o endereço, por mais que seja em região próxima, não é, obrigatoriamente, no mesmo trajeto até seu destino final.
Você tem que andar mais
O motorista não tem obrigação de pegar os passageiros no exato lugar onde eles estão, nem de deixá-los em frente ao destino final. O ponto de encontro é sempre um local próximo e você terá que andar até ele (ou a partir dele). A ideia é evitar que o motorista, se já estiver com outro passageiro, não tenha que sair muito da rota.
Desconhecidos
Assim como em ônibus de transporte público, o carro será dividido entre pessoas que provavelmente não se conhecem – essa é a essência do serviço, pensado para diminuir custos , mas também o maior medo dos motoristas. Para quem trabalha com o aplicativo, isso aumenta, inclusive, as chances de assalto.
Gazeta do Povo
