Técnicos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística começaram a sair às ruas nesta quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019, para avaliar as condições de infraestrutura urbana de 21 cidades brasileiras.
Foto: Ilustração/UNIBUS RN |
Segundo o órgão, os trabalhos são um teste para o Censo Demográfico de 2020 que, em sua abordagem, deve considerar mais como estão os deslocamentos nas cidades e a qualidade de infraestrutura básica para as pessoas.
Entre os itens avaliados estarão a existência de calçamento nas ruas, de pontos de ônibus, de ciclovias, de arborização, além de pesquisar quesitos de acessibilidade, como a presença de piso tátil e de rampas para pessoas com deficiência.
Este é um tema recorrente nos transportes coletivos.
Lei federal determina que todos os ônibus urbanos e metropolitanos do país sejam acessíveis, com equipamento como elevadores, plataformas elevatórias ou piso baixo.
Mas muitas pessoas com deficiência não fazem uso destes ônibus, apesar de serem acessíveis, porque não conseguem chegar até estes veículos por causa das más condições de calçadas e paradas.
As cidades pesquisadas serão Parintins (AM), Boa Vista (RR), Belém (PA), Santarém (PA), Miranorte (TO), Elesbão Veloso (PI), Tibau do Sul (RN), João Pessoa (PB), Marcação (PB), Água Belas (PE), Ibirajuba (PE), Maceió (AL), Maricá (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Lajeado (RS), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Figueirópolis D’Oeste (MT), Jauru (MT), Rio Quente (GO).
Em nota, o supervisor de Pesquisas Territoriais do IBGE, Maikon Novaes, diz que a análise para considerar o que é infraestrutura será mais rigorosa.
O pesquisador do IBGE, “para alguns casos, vai levar em conta apenas o critério máximo, como na pavimentação, que só será considerada se toda a calçada estiver pavimentada”.
Nesta fase serão 37 pesquisadores em campo, número que vai subir para 27 mil pessoas que serão contratadas temporariamente no ano que vem, para o Censo 2020.
Neste teste e no censo que vai abranger o País todo no ano que vem, o instituto promete verificar localidades com infraestrutura mais precárias, como as favelas, categorizadas pelo IBGE como aglomerados subnormais. Serão visitados nove locais com essas características na etapa que começa amanhã:
Lago do Macunary, em Parintins (AM); um aglomerado em nomenclatura oficial em Boa Vista (RR); Matinha em Santarém (PA); São José em João Pessoa (PB); Reginaldo II em Maceió (AL); Risca Faca em Maricá (RJ); Tavares Bastos em Rio de Janeiro (RJ); Tronco em Porto Alegre (RS); Vila Nª Sª Aparecida em Campo Grande (MS).
Na nota, o IBGE diz que os resultados tanto do Censo 2020 como do teste podem ser convertidos em indicadores de sustentabilidade e mobilidade.
Após a fase de testes, outra contribuição possível da Pesquisa do Entorno será para os indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular do ODS 11, sobre cidades e comunidades sustentáveis.
“Serão levantados temas que promovem uma maior equidade de acesso na cidade, como a existência de áreas de travessias para pedestre e de trânsito compartilhado com bicicletas. Temos também a questão da arborização, que promove o conforto climático”, diz o supervisor de Pesquisas Territoriais do IBGE.
Diário do Transporte