Manaus desistiu de vez de realizar o projeto de BRT na cidade. A decisão de tirar de vez a obra da pauta foi da Câmara Municipal, onde o atual prefeito Artur Neto tem maioria.
Em 2015, prefeito Artur Neto esteve em Bogotá para conhecer o Transmilenio. Na época, o BRT fazia parte do Plano de Mobilidade Urbana de Manaus. (Foto: Ulysses Marcondes/Semcom) |
A justificativa da base governista é que a prefeitura não dispõe de recursos para implantar o modal, que previa um corredor de ônibus exclusivo para ser entregue antes do início da Copa do Mundo de 2014.
Concebido em 2009 na gestão do então prefeito Amazonino Mendes, o BRT da capital do Amazonas tornou-se uma longa novela, que agora chega ao fim e sem final feliz.
Em 2010, o prefeito Amazonino Mendes contratou a empresa Vetec Engenharia por R$ 11.948.601,83. A empresa ficou responsável por prestar serviços de engenharia e consultoria para os estudos de planejamento. A função incluiu a elaboração de um projeto funcional e projeto básico do BRT. A proposta englobou ainda a construção de corredores exclusivos para ônibus que ligariam a zona leste ao Centro de Manaus.
Em 2012 a obra foi abandonada e o projeto BRS, uma reedição do “Sistema Expresso”, foi implantado em Manaus.
Em 2015, o atual prefeito Artur Neto esteve em Bogotá, na Colômbia, para conhecer o Transmilenio. Na época, o BRT voltava à baila e fazia parte do Plano de Mobilidade Urbana de Manaus – PlanMob-Manaus.
Na ocasião, falando de Bogotá, Artur Neto chegou a datar o início da obra em Manaus:
“Dois mil e dezessete é o marco zero da implantação do BRT. Por isso, viemos conhecer o sistema, seus números, erros e acertos para entendermos que é o melhor modal. Queremos em quatro anos apresentar um bom resultado de mudança tecnológica, de costumes e de eficácia no transporte de massa para o povo manauara”, disse o prefeito.
Na época, a promessa era que o BRT teria novos terminais, paradas inteligentes, controle semafórico, além de integração com um programa de ciclovias e transporte aquaviário.
A crise no transporte coletivo da cidade, enquanto isso, se agravou. Uma série de greves de motoristas irrompeu em 2018.
Em dezembro, a situação atingiu o ápice com a ocorrência de uma greve que impactou a totalidade da frota. O motivo foi o atraso no pagamento do 13º salário.
A greve só foi encerrada após a Prefeitura de Manaus se comprometer em repassar recursos às empresas de ônibus para que elas pudessem quitar o 13° salário de motoristas e cobradores até o dia 24 de dezembro, véspera do Natal.
Diário do Transporte