A licitação dos transportes da capital paulista gera mais expectativas nas empresas do setor a cada passo que é dado. A encarroçadora de ônibus Marcopolo espera que a concorrência pública resulte em encomendas de novos veículos apenas em 2020.
Ilustração/UNIBUS RN |
A perspectiva foi informada pelo diretor do negócio ônibus da empresa, Rodrigo Pikussa, ao Diário do Transporte, em entrevista coletiva.
“A licitação de São Paulo é um caso bem complexo. A gente também está acompanhando e é um processo longo, os envelopes foram abertos recentemente e a gente sabe que as demandas de veículos novos vão demorar ainda para se efetivarem”, disse o executivo.
Contudo, a abertura dos envelopes não significa compras imediatas de ônibus novos para o sistema da cidade de São Paulo, conforme avaliou Pikussa.
“Agora os operadores têm que aprovar seus planos de operação, tem todo um processo dentro da licitação e é muito provável que isso só se transforme em veículos no próximo ano, mas nós estamos acompanhando e queremos ter participação nesse tema também”, afirmou.
DESAFIOS PARA RENOVAÇÃO DE FROTA
Segundo Pikussa, processos licitatórios em geral, assim como questões tarifárias e modernizações de sistemas, contribuem diretamente para a compra de novos ônibus. São fatores que impulsionam a renovação de frota nos municípios.
Contudo, o diretor do negócio ônibus disse que o Brasil tem um grande desafio nesta área. Na visão de Pikussa, como o sistema urbano compete com outros modais, não existe outro caminho senão a busca da qualidade, confiabilidade, conforto e segurança.
Para o executivo, o poder público tem papel fundamental neste processo de modernização de frota, principalmente com o pagamento de subsídios e fiscalização de gratuidades.
“São sistemas totalmente custeados pelas tarifas, ou seja, existe falta de subsídio na grande maioria dos sistemas. Quando a gente fala em veículos com maior qualidade, ar-condicionado, motor traseiro, piso baixo, na grande maioria dos casos eles acabam se ajustando ao modelo tarifário. Os empresários querem investir, mas a questão tarifária tem que fazer sentido para sustentar investimentos desse tipo”, avaliou.
Por outro lado, entrevista ao Diário do Transporte, o diretor de vendas de ônibus da Scania no Brasil, Silvio Munhoz, acredita que grandes licitações de serviços de ônibus, como de São Paulo, não serão um fator que possa alavancar as vendas de urbanos em curto prazo. Para o executivo, muito mais importante é o processo de reajuste das tarifas, cujos valores estavam represados em muitas cidades, como São Paulo.
Diário do Transporte