Empresa suspende serviço de patinetes elétricos no Rio

A falta de regras no uso de patinetes levou a empresa pioneira do setor no Rio a retirar os equipamentos das ruas. Os sócios chegaram à conclusão de que o risco para quem usa estava alto demais.
Foto: Reprodução/Rede Globo
Imagina se fosse sempre um espação generoso, um piso lisinho, sem buraco. Você bota o capacete, pega o seu patinete e sai por aí em uma velocidade moderada, sem cair no chão, sem atropelar ninguém. Em um dia bonito como o dessa terça-feira (21), seria o melhor passeio do mundo. Porém, sempre tem um porém.
Que o diga a estudante Letícia Eyer, que estava adorando patinar à beira mar. De repente…
“Eu só lembro de mim caída no chão, com muita dor, não conseguindo me levantar”, contou.
O ambulante Rafael Lacerda trabalhava na orla em um fim de semana desses, quando foi atropelado pela novidade.
“A pessoa discutiu, porque ela estava com a criança. Caiu todo mundo. Eu me machuquei, me xingaram, rolou estresse, confusão. Eu não sabia se eu estou errado, se a pessoa que está andando com a criança com patinete ou se sou eu que sou pedestre”, lamentou.
Na rua, na calçada, no calçadão, não importa: o pedestre tem preferência em todo lugar. Mas a falta de cuidado e atenção de alguns têm feito vítimas no Rio. Nos últimos seis meses, dois hospitais da Zona Sul da cidade atenderam 500 pessoas envolvidas em acidentes com patinetes.
A Assembleia do Rio ainda está analisando projetos que disciplinam o uso do veículo. Por enquanto, os patinetes cariocas devem se portar como bicicletas: seis quilômetros de velocidade máxima na calçada e não andar na contramão.
Depois de seis meses de operação, a primeira empresa a oferecer os patinetes no Rio anunciou que está suspendendo o serviço por avaliar que faltam regras mais específicas.
“Nós entendemos que, atualmente, o patinete e a sua utilização não apresentam condições necessárias de segurança para o usuário”, explicou a gerente regional da Tembici, Marcella Bordallo.
A outra empresa que opera na cidade diz que aguarda as novas regras e que vai fazer todas as adaptações necessárias.
“Além de incentivar também os usuários para que passem por um curso de condução, recebam nossas mensagens de instrução sobre o correto uso. Então, o incentivo, a educação é muito mais eficiente do que a punição e a multa pecuniária”, disse o diretor de Relações Governamentais da Grow, João Sabino.
A pequena Sofia, de 10 anos, não usou, mas está doida para usar. Levou capacete de casa, estava prestes a embarcar, quando descobriu que, por enquanto, nesse de aplicativo, só pode adulto.
No engarrafado Centro da cidade, esse forasteiro elétrico às vezes também deixa alguns meio apreensivos. Mas a possibilidade de se locomover de uma forma mais leve, poluindo menos, agrada muito.
“Tudo que for agregar na mobilidade, tudo que for agregar na fluidez das pessoas na cidade em qualquer lugar, até na zona rural, eu acho que é melhor. Eu sou a favor da tecnologia”, opinou o analisa de sistemas Robson José Ferreira.
“Bom senso. Fiscalização também. Mas bom senso é muito importante”, disse a comerciária Neuza Lourdes.
Jornal Nacional / Globo

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