A Polícia Rodoviária Federal (PRF) começou a utilizar nesta quarta-feira um novo equipamento que vai auxiliar e dar agilidade na abordagem de motoristas com suspeita de consumo de álcool . Trata-se de uma bafômetro passivo, chamado assim, porque ao contrário do etilômetro tradicional não há necessidade de ser assoprado. Seu nome técnico é Alcolizer e basta aproximá-lo poucos centímetros para detectar no ar, pela respiração, se a pessoa está sob efeito de álcool ou não.
Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo |
– Isso agiliza o trabalho dos agentes, principalmente durante as operações grandes, porque (pelo outro método) precisamos convidar o motorista para descer do veículo para fazer o teste e isso leva tempo – explica José Hélio Macedo, porta-voz da PRF.
Na verdade, o novo bafômetro não dispensa o uso do etilômetro tradicional, utilizado há cerca de dez anos nas operações. O equipamento é de apoio e sua principal função é fazer uma espécie de triagem prévia, até porque ele não aponta o teor de álcool no indivíduo, mas apenas se ele bebeu ou não. Também, quando apontado para dentro da cabine do veículo, ele apontará que um ocupante consumiu álcool e não necessariamente o motorista.
Durante as abordagens, o equipamento mostrará escrito na tela “Aprovado, álcool não detectado” se a pessoa não tiver ingerido bebida alcoólica. Se o motorista tiver bebido, a mensagem será “Alerta, álcool detectado”. No segundo caso, a pessoa será convidada a assoprar o bafômetro tradicional.
– O novo aparelho vai dar agilidade tanto para o policial, que não vai precisar parar tanta gente, como para quem está sendo fiscalizado, que vai perder menos tempo na fiscalização. Mas, para fazer a multa, vamos precisar usar o outro equipamento, porque ele não aponta o teor alcoólico, que é necessário para fins de autuação e detenção. Sendo assim, se ele apontar alerta de uso de álcool, a pessoa será submetida ao teste tradicional – acrescenta o porta-voz da PRF.
Hoje, durante as blitzes e operações, os agentes submetem ao bafômetro tradicional as pessoas que apresentam indícios de embriaguez pelo hálito, olhos vermelhos ou sinais de agressividade ou sonolência. O novo equipamento é considerado mais preciso, nesse sentido, e evita abordagens desnecessárias.
No Rio de Janeiro, os policiais rodoviários contam com 18 equipamentos, que serão distribuídos para todo o estado. A novidade começou a ser testada com motoristas que passaram pela praça de pedágio da Ponte Rio-Niterói na manhã desta quarta-feira.
– Acho que é boa ideia, principalmente se for para dar agilidade. Assim, não atrapalha ninguém e ainda detecta se a pessoa usou álcool ou não – aprova motorista de caminhão Paulo César Gredilha da Rocha, de 59 anos.
O novo aparelho também vai representar uma economia para a PRF. Isso, porque o etilômetro tradicional utiliza bocal descartável, onde o motorista assopra para fazer o teste. Seu custo é em torno de R$ 1,80 por unidade.
O Globo