O número de ônibus incendiados de forma criminosa chegou a 197, desde 2016, no Estado do Rio de Janeiro. Os dados dos últimos três anos revelam que a cada cinco dias um veículo foi atacado em atos de vandalismo. O levantamento mostra também que os registros estão concentrados, principalmente, em municípios da Região Metropolitana. Os ataques vêm pondo em risco passageiros e rodoviários e provocando transtornos à mobilidade urbana.
Foto: Vladimir Platonow / Agência Brasil |
Em 2019, já foram registrados 14 casos. Foram seis na cidade do Rio, cinco em Niterói, um em Magé e dois em Angra dos Reis. Os últimos ataques aconteceram na segunda-feira, dia 12, em Angra e Niterói.
A primeira ação foi durante a madrugada, por volta de 1h, com dois ônibus queimados na BR-101, no trecho Rio-Santos, na altura da comunidade Sapinhatuba, em Angra dos Reis. Os veículos faziam as linhas Centro x Monsuaba e Jacuecanga x Centro. A segunda aconteceu, por volta das 17h30m, na Avenida Franklin Roosevelt, em São Francisco, bairro de Niterói. Durante a ação, foi queimado um ônibus da linha 37 (Parque da Colina x Centro), este equipado com ar-condicionado.
Do total de casos registrados desde 2016, sete veículos conseguiram ser recuperados e retornaram à operação. Dos que foram destruídos nos ataques criminosos, mais de 40% eram climatizados. O custo de reposição supera R$ 85 milhões, recursos que poderiam estar sendo investidos na melhoria do transporte público com a renovação da frota.
Para a Fetranspor, a população é a maior prejudicada com a redução da oferta de transportes. Um ônibus incendiado deixa de transportar cerca de 70 mil passageiros em seis meses, tempo necessário para a reposição de um veículo no sistema. Se somarmos a frota incendiada desde 2016 (197), potencialmente, deixam de ser transportados mais de 13,7 milhões de passageiros nesses veículos.
É importante lembrar ainda que a inexistência de seguro para esse tipo de sinistro e a crise econômica do setor, que tem feito as empresas perderem gradativamente a capacidade de investimento em renovação da frota, tornam inviável a reposição dos ônibus incendiados.
Números de ônibus incendiados desde 2016:
2019 – 14 registros
2018 – 45 registros
2017 – 94 registros
2016 – 44 registros
FETRANSPOR