Checklist: conheça medidas para garantir a segurança de passageiros no transporte regular

Da CNT
Foto: Divulgação

Empresas investem em tecnologias, rotinas e ações com foco na saúde e na qualificação de motoristas

Empresas que fazem o transporte rodoviário de passageiros de forma regulamentada adotam uma série de práticas para garantir a segurança durante toda a viagem. Há ações que são resultado de políticas internas e também de normativos que devem cumprir, já que possuem autorização pública para operarem o serviço.

Entre as medidas, estão, por exemplo, atenção e cuidados preventivos com a saúde dos motoristas e programas de qualidade do sono para os condutores. Levantamento da Abrati mostra que empresas que adotaram programas de medicina do sono reduziram, em 100%, os acidentes noturnos graves com vítimas causados por sonolência.

Outras são a utilização de etilômetro pré-jornada, que verifica o não consumo de álcool, e a aplicação de testes toxicológicos periódicos ou randômicos, presentes em 85% das empresas. Segundo a Abrati, nas empresas que adotam essas práticas, houve redução de 90% na ocorrência de acidentes com vítimas.

Qualificação e treinamento dos condutores também são decisivos para a segurança dos passageiros. Por determinação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), para prestar esse tipo de serviço, os motoristas precisam fazer um curso especializado para o transporte de passageiros, além de atualizações periódicas. Empresas sérias e que operam dentro da legalidade ainda promovem e estimulam capacitações para aperfeiçoar o trabalho dos seus profissionais. “Nas mãos de um condutor despreparado, o veículo é uma arma”, lembra Letícia Pineschi, conselheira da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros).

Há, além disso, o cuidado com a manutenção dos veículos, feita de formas preventiva, em que é realizada a checagem periódica dos componentes, e preditiva, usada para acompanhar parâmetros capazes de indicar a necessidade de ajustes e até de troca das peças. Esta última é viabilizada por meio da adoção de softwares que fornecem essas diretrizes para as empresas. Para complementar, as transportadoras contam ainda com tecnologia no monitoramento do desempenho dos condutores. A telemetria (que capta dados veiculares e transmite para a central de monitoramento) está presente em 81,81% da frota; e 86,3% utilizam sensores de velocidade.

No caso das viagens mais longas, outro diferencial são pontos de apoio disponibilizados pelas empresas aos motoristas e passageiros durante o percurso. Isso viabiliza condições de descanso e segurança aos profissionais que conduzem os ônibus, porque contam com todo o tipo de suporte, desde aspectos administrativos até a alimentação específica.

Essas são ações que demandam investimentos das empresas e que diferenciam aquelas que realizam o transporte de forma regular das que prestam o serviço de forma clandestina. “Fazer tudo isso custa caro, exige recursos. Transportadores clandestinos não conseguem oferecer esse tipo de estrutura”, alerta Letícia.

No setor de fretamento, a realidade é bastante semelhante: todos os veículos são inspecionados regulamente, os motoristas são treinados e habilitados para o transporte coletivo e realizam exame toxicológico periódico. Para operarem, as empresas ainda devem ter regularidade fiscal, capital social mínimo e frota mínima em operação.

Milton Zanca, presidente da Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo), lembra, ainda, que há legislação própria de trabalho para motoristas, com intervalos de descanso rigorosos e acompanhamento meticuloso da pontuação da carteira, certidões de antecedentes e outras. “Obviamente, os clandestinos não se submetem a todas essas exigências, tampouco aquelas que operam com liminares da justiça.”

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